segunda-feira, 23 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
A Cruel Realidade
Rito de Passagem
Sejamos claros: qualquer governo que saia das eleições de 5 de Junho dura só até à Páscoa de 2012. E vai com sorte (significa que conseguiu aprovar o próximo Orçamento). Se for o PS a liderar, com ou sem coligação, a direita tem um balão de oxigénio: muda a direcção do PSD, arruma as ideias e vai a votos coligada: PSD+CDS-PP. Se for o PSD a liderar, com maioria ou sem ela, Sócrates volta em ombros daqui a um ano. Nenhuma destas soluções resolve os nossos problemas. O desemprego atingirá patamares insustentáveis. Cavaco vai ficando cada vez pior no retrato. Bloggers oligofrénicos terão porventura de ser internados. Infelizmente, a realidade tem muita força.
Eduardo Pitta no Da Literatura
Sejamos claros: qualquer governo que saia das eleições de 5 de Junho dura só até à Páscoa de 2012. E vai com sorte (significa que conseguiu aprovar o próximo Orçamento). Se for o PS a liderar, com ou sem coligação, a direita tem um balão de oxigénio: muda a direcção do PSD, arruma as ideias e vai a votos coligada: PSD+CDS-PP. Se for o PSD a liderar, com maioria ou sem ela, Sócrates volta em ombros daqui a um ano. Nenhuma destas soluções resolve os nossos problemas. O desemprego atingirá patamares insustentáveis. Cavaco vai ficando cada vez pior no retrato. Bloggers oligofrénicos terão porventura de ser internados. Infelizmente, a realidade tem muita força.
Eduardo Pitta no Da Literatura
sábado, 21 de maio de 2011
O Tiro Pela Culatra
A Forma Errada de Fazer Campanha
Com seis anos de governação tomam-se muitas decisões, sendo que muitas delas não coincidem com o programa original, outras contrariam posições assumidas anteriormente e outras tantas desafiam até a natureza ideológica dos partidos. Podemos não ver isto como uma incoerência inadmissível, mas antes como real politik ou mera movimentação social.
A verdade é que basear uma campanha eleitoral nas contradições e erros dos outros pode ser uma estratégia contraproducente devido a esses tais seis anos de decisões, ou mais, em alguns casos. Para além do vazio discursivo, o tiro pode sempre sair pela culatra e depois é uma maçada.
Em Manual de Maus Costumes
Com seis anos de governação tomam-se muitas decisões, sendo que muitas delas não coincidem com o programa original, outras contrariam posições assumidas anteriormente e outras tantas desafiam até a natureza ideológica dos partidos. Podemos não ver isto como uma incoerência inadmissível, mas antes como real politik ou mera movimentação social.
A verdade é que basear uma campanha eleitoral nas contradições e erros dos outros pode ser uma estratégia contraproducente devido a esses tais seis anos de decisões, ou mais, em alguns casos. Para além do vazio discursivo, o tiro pode sempre sair pela culatra e depois é uma maçada.
Em Manual de Maus Costumes
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Vampiros
WEHAVEKAOSINTHEGARDEN: Vampiros (Zeca Afonso): "Também o Vampirismo já entrou na era da Globalização"
O Celerado Acelerador
O Acelerador
Não sei se estão lembrados: o caso Portucale foi desencadeado pelo abate ilegal de três mil sobreiros na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente, onde a empresa homónima pretendia construir um resort turístico. O abate foi possível graças a um despacho do governo Santana Lopes, assinado pelos ministros do Ambiente (Nobre Guedes), Agricultura (Costa Neves) e Turismo (Telmo Correia), poucos dias antes das legislativas de 2005. O caso chegou este ano a julgamento. Entre pessoal político, gestores e funcionários, os arguidos são onze: Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa, Luís Horta e Costa, António de Sousa Macedo, Manuel Rebelo, António Ferreira Gonçalves, Eunice Tinta, João Carvalho, Teresa Godinho e José António Valadas. São acusados de tráfico de influências e falsificação de documentos. Os ministros signatários do despacho (Guedes, Costa e Correia) não foram acusados de qualquer crime pelo Ministério Público.
Ontem, Miguel Relvas, antigo e actual secretário-geral do PSD, foi ouvido como testemunha do processo. Para espanto dos juízes, que se mostraram admirados com a intervenção do secretário-geral de um partido em questões governamentais (exemplo: alargamento da concessão de auto-estradas), Relvas declarou ter acelerado processos entre autarquias e o governo de Santana Lopes em nome do interesse público. Não é extraordinário?
Eduardo Pitta no Da Literatura
Não sei se estão lembrados: o caso Portucale foi desencadeado pelo abate ilegal de três mil sobreiros na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente, onde a empresa homónima pretendia construir um resort turístico. O abate foi possível graças a um despacho do governo Santana Lopes, assinado pelos ministros do Ambiente (Nobre Guedes), Agricultura (Costa Neves) e Turismo (Telmo Correia), poucos dias antes das legislativas de 2005. O caso chegou este ano a julgamento. Entre pessoal político, gestores e funcionários, os arguidos são onze: Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa, Luís Horta e Costa, António de Sousa Macedo, Manuel Rebelo, António Ferreira Gonçalves, Eunice Tinta, João Carvalho, Teresa Godinho e José António Valadas. São acusados de tráfico de influências e falsificação de documentos. Os ministros signatários do despacho (Guedes, Costa e Correia) não foram acusados de qualquer crime pelo Ministério Público.
Ontem, Miguel Relvas, antigo e actual secretário-geral do PSD, foi ouvido como testemunha do processo. Para espanto dos juízes, que se mostraram admirados com a intervenção do secretário-geral de um partido em questões governamentais (exemplo: alargamento da concessão de auto-estradas), Relvas declarou ter acelerado processos entre autarquias e o governo de Santana Lopes em nome do interesse público. Não é extraordinário?
Eduardo Pitta no Da Literatura
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
A Coisa Aqui Está Preta (I)
Perdido na Tribo
Passos : "casei com Àfrica" e "sou o mais africano de todos os candidatos"
Pedro Vieira no Arrastão
Passos : "casei com Àfrica" e "sou o mais africano de todos os candidatos"
Pedro Vieira no Arrastão
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Salvações
A vida compraz-se, às vezes, em oferecer-nos compêndios alegóricos da realidade, ou melhor, citações impecavelmente escolhidas do grande texto da História que vivemos. Nos corredores do metro, no Primeiro de Maio, juntam-se milhares de trabalhadores endomingados, novos e velhos, e com as suas famílias vão alegres e despreocupados rumo à Feira de Paris, ao Campo de Marte ou ao Bosque de Bolonha, cada um deles com o seu ramo de “muguet” na mão. Estão felizes, almoçaram bem, é o seu feriado, a sua festividade. Sentados no chão dum corredor, dois estudantes hirsutos e barbudos, com guitarras, cantam uma canção marcial e revolucionária, da qual só retenho este trecho:”Trabalhadores, ergam as barricadas”. Os proletários, sem abrandarem a marcha, lançam-lhes um olhar de reprovação, sentindo-se chocados, quase ofendidos. Nada mais fora do contexto do que aqueles mancebos a falar de barricadas, lutas e conflitos num dia de distração, entre tantos dias de trabalho. A presença desses estudantes, a sua atitude, a sua intenção, é tão vã e ilusória como a dessas mulheres do Exército de Salvação que se postam à porta dos bordéis para tenta catequizar os putanheiros.
Júlio Ramón Ribeyro em Prosas Apátridas
Júlio Ramón Ribeyro em Prosas Apátridas
O Incontinente
Entrevistado hoje pelo Público, Catroga compara Sócrates a Hitler: «O Hitler tinha o povo atrás de si até à derrocada, até à fase final da guerra. Faz parte das características dos demagogos conseguirem arrastar multidões.» Com isto, este indivíduo, que nunca foi eleito para coisa nenhuma, insulta milhões de portugueses. A senilidade não desculpa tudo. O putativo candidato a ministro das Finanças de um governo do PSD vai acabar por ser o coveiro do partido de Passos Coelho. Por este andar, o PSD nem uma derrota honrosa consegue.
[Imagem: detalhe da capa do Público, com foto de Enric Vives-Rubio.]
Eduardo Pitta no Da Literatura
[Imagem: detalhe da capa do Público, com foto de Enric Vives-Rubio.]
Eduardo Pitta no Da Literatura
terça-feira, 10 de maio de 2011
É Isto o PSD!
É Isto o PSD?
Repito o que disse há dois meses: a gerontocracia do cavaquismo reloaded capturou o PSD. Catroga, que em Novembro próximo completa 70 anos, é candidato a ministro das Finanças de um futuro governo do PSD. Verdade que, para tanto, é preciso que o PSD ganhe as eleições com maioria absoluta. Se as ganhar com maioria relativa terá de negociar com um parceiro. E Catroga está longe de ser consensual. Não é um problema de idade, é uma questão de credibilidade. Vai uma aposta em como o CDS-PP veta o nome? Mais uma vez, Belém põe em risco o resultado eleitoral do PSD. Em 2009, o Belémgate liquidou Manuela Ferreira Leite. Neste momento, a cada nova aparição de Catroga, milhares de potenciais eleitores do PSD arrepiam caminho. Foi penoso assistir ontem ao Prós & Contras: Catroga perdeu o decoro, exaltou-se, meteu os pés pelas mãos, engasgou-se, levou um raspanete de António Pires de Lima, foi desmentido por Silva Pereira (em matéria de privatização da CGD) e por economistas presentes na sala (em matéria de impostos), ouviu Carlos Coelho dizer que não tinha percecebido patavina da charla... e António Esteves Martins sublinhar o eco indecoroso do debate. Pior não era possível. Como é que uma direcção que apostou na mudança se deixa enredar na teia deste populismo serôdio? Sabemos hoje que o famoso episódio do Blackberry é uma marca de carácter.
Eduardo Pitta no Da Literatura
Repito o que disse há dois meses: a gerontocracia do cavaquismo reloaded capturou o PSD. Catroga, que em Novembro próximo completa 70 anos, é candidato a ministro das Finanças de um futuro governo do PSD. Verdade que, para tanto, é preciso que o PSD ganhe as eleições com maioria absoluta. Se as ganhar com maioria relativa terá de negociar com um parceiro. E Catroga está longe de ser consensual. Não é um problema de idade, é uma questão de credibilidade. Vai uma aposta em como o CDS-PP veta o nome? Mais uma vez, Belém põe em risco o resultado eleitoral do PSD. Em 2009, o Belémgate liquidou Manuela Ferreira Leite. Neste momento, a cada nova aparição de Catroga, milhares de potenciais eleitores do PSD arrepiam caminho. Foi penoso assistir ontem ao Prós & Contras: Catroga perdeu o decoro, exaltou-se, meteu os pés pelas mãos, engasgou-se, levou um raspanete de António Pires de Lima, foi desmentido por Silva Pereira (em matéria de privatização da CGD) e por economistas presentes na sala (em matéria de impostos), ouviu Carlos Coelho dizer que não tinha percecebido patavina da charla... e António Esteves Martins sublinhar o eco indecoroso do debate. Pior não era possível. Como é que uma direcção que apostou na mudança se deixa enredar na teia deste populismo serôdio? Sabemos hoje que o famoso episódio do Blackberry é uma marca de carácter.
Eduardo Pitta no Da Literatura
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