terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mudança Forçada

Por motivos alheios á minha vontade vou passar para aqui http://malaaviada.wordpress.com/

Economês

Adoro economês. basta baralhar palavras, juntar água e pôr o ar de enfado sério de quem já fez os prognósticos todos só que, por cortesia, guarda o seu anúncio para depois do jogo.
Um exemplo feito em três segundos:
«Urge tomar medidas que ajudem a reenquadrar estrategicamente as grandes linhas mestras da nossa economia, porque Portugal precisa de tomar consciência da necessidade de incrementar a produtividade a fim de proceder à desparagmatização da cebola...»


Rui Zink no FB

domingo, 9 de dezembro de 2012

Escola Pública & Interesses Privados

“O Executivo de Passos Coelho anda a navegar à bolina. Se há coisas (…) que aceito (…), outras causam-me repulsa. Uma delas é o fim da escola pública. Era o que faltava ser obrigada a pagar, através dos meus impostos, escolas privadas ou religiosas. Toda a gente sabe que, ao subsidiar alternativas, o Estado degrada o que é seu. Ora, eu não quero ter no meu país uma escola apenas frequentada por quem dela não pode fugir, uma solução que belisca o regime democrático. No dia em que isto acontecer, arranjo uma conta num off-shore.”

Maria Filomena Mónica no Expresso

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ventríloquo

Já toda a gente percebeu que Gaspar mentiu ao Parlamento quando afirmou que Portugal beneficiaria de condições iguais às decididas na semana passada para a Grécia. Não é crível que Gaspar ignorasse o que Schäuble pensa sobre o assunto. Não obstante, no discurso da votação final global do OE 2013, disse taxativamente que Portugal e a Irlanda, “países de programa”, iriam beneficiar das novas condições. Já toda a gente percebeu e disse dele o que Mafoma não disse do toucinho. Ontem, na Quadratura do Círculo, Pacheco Pereira chamou-lhe aldrabrão, Lobo Xavier fez uma analogia pertinente com “garotas de programa”, e Honório Novo, que estava no lugar habitualmente ocupado por António Costa, disse que Gaspar não passa de um ventríloquo de Schäuble. Marques Mendes também disse ontem que Gaspar anda a tratar os portugueses como atrasados mentais. E até o tremendista José Gomes Ferreira alinha pelo mesmo diapasão. Gaspar erra nas contas e engana os portugueses. A todas estas, o Presidente da República aproveitou uma passagem pelo Casino Estoril para dar um remoque ao governo. É isto o regular funcionamento das instituições?

Eduardo Pitta no blogue Da Literatura

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Que Será, Que Será...

A RTP é para privatizar por inteiro. É para privatizar só um dos canais. É para privatizar com todas as antenas de televisão e rádio, mas só 49% do capital e com uma renda fixa de 140 milhões de euros paga pelos contribuintes. É para privatizar até ao final do ano. É para privatizar até ao fim do próximo ano. É para vender aos angolanos. É para entregar a uma TV brasileira. É para um fundo do Panamá. É para a Cofina. É para vender só a concessão. É para juntar à Lusa. É para ficar pública mas sem publicidade. É para ter 12 minutos de publicidade. É para ter seis minutos de publicidade. É para oferecer a RTP Internacional. É para fechar a RTP Memória.
E a Caixa? Simples: é para privatizar por inteiro. É para privatizar só uma fatia minoritária. É para negociar com capital chinês. É para vender o negócio que tem em Espanha. É para vender o banco emissor de moeda que tem em Macau. É para vender tudo o que ainda tem em todas as empresas que ainda tem. É para sair a correr de Moçambique e Cabo Verde e também Angola. É para se transformar num banco de investimento, num banco de fomento, numa coisa qualquer. Numa agência? Não: é para fechar agências.
E a refundação do Estado social? Não é refundação, é reforma. Não é reforma, é corte, é redução de quatro mil milhões de euros. Não são quatro mil milhões: são 4,4 mil milhões. Não é uma decisão, é uma meta. Não é uma meta, é um debate para fazer em três meses. Pronto: em seis meses. Não é para aplicar em 2013. Talvez seja para aplicar no segundo semestre de 2013. É preciso mudar a Constituição. É preciso fintar a Constituição. É preciso cortar na saúde, na educação e nas funções de soberania. Não, a educação é que é para ser paga, claro, além do que já é pago pelos impostos. É isso? Não é nada disso. Chico Buarque explica: o que não tem governo nem nunca terá; o que não tem vergonha nem nunca terá; o que não tem juízo... lá lá lá lá lá...
E a renegociação da dívida grega? Simples, será estendida a Portugal. O princípio da igualdade de tratamento ficou decidido em junho pelo Conselho Europeu. Sim? Sim, sim, diz Gaspar devagarinho. Não, não, diz Gaspar com muita pressa. Quer dizer, a seu tempo, emenda Gaspar. Não será nada disso, impõe-se Schäuble. E o número dois do Governo como reage? O número dois? Quem é o número dois do Governo? É Gaspar? É Relvas? Certo. Errado. O número dois é Gaspar, mas também é António Borges, o ministro não ministro, conselheiro, comparsa. Tudo claro: não há ziguezagues. As curvas deste Governo são retas para os negócios. Será o que será. O que não tem conserto nunca terá.

André Macedo, no Diário de Notícias

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

De Ombro na Ombreira

 
De ombro na ombreira vejo
no outro lado outro
ombro na ombreira

Entre ombros nas ombreiras
nenhum assombro
ombros ombro a ombro
param ombro a ombreira

Quando tudo escombro
ainda todos seremos
ombro na ombreira

Alexandre O’Neill



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um Zero À Esquerda


Muitos constitucionalistas têm levantado imensas dúvidas sobre a constitucionalidade do Orçamento de Estado. Essa constitucionalidade apenas pode ser verificada pelo Tribunal Constitucional. E esse só se prenunciará a pedido do Presidente da República ou de um determinado número de deputados. São estas as regras em Portugal.
Deputados do PCP e do Bloco de Esquerda irão, ao que tudo indica, cumprir a sua obrigação: se têm dúvidas sobre a constitucionalidade de uma lei devem pedir ao tribunal competente que faça a respectiva fiscalização. É possível queum grupo de deputados do PS os venha a acompanhar, garantindo assim o número necessário de deputados para pedir a fiscalização sucessiva da lei do Orçamento. Mas António José Seguro já disse que não o fará. Que toda a gente sabe que se opõe a este orçamento e que o seu combate continuará a ser feito no "terreno político".
O papel da oposição não é apenas deixar registado nos jornais e na televisão que se opõe a uma determinada medida. Não é apenas ocupar uns lugares no Parlamento e justificar a sua inutilidade com uma postura de "responsabilidade" vazia de conteúdo. É ser consequente com a sua posição e cumprir as suas obrigações. No princípio do mês, Seguro disse que queria um Orçamento "sem dúvidas de constitucionalidade". Ou é um dos poucos portugueses sem essas dúvidas ou a palavra "querer" não é suficiente para que faça qualquer coisa por isso.
Se existe a convicção que uma determinada lei, e ainda mais a lei do Orçamento, viola a lei fundamental, é obrigação dos deputados pedir a verificação dessa constitucionalidade. Assim garantem que não vivemos numa república das bananas onde a lei constitucional é um mero adereço e a oposição uma mera sala de espera para o governo seguinte.Quem não cumpre as suas funções na oposição dificilmente as cumprirá no governo. Quem não zela pelo respeito pela Constituição da República como deputado dificilmente o fará enquanto primeiro-ministro. Quem fica quieto a ver um País a afundar não merece governá-lo.
Pedir a fiscalização da constitucionalidade de uma lei é um privilégio dos deputados, do Presidente e de mais uns poucos detentores de cargos públicos. É um ato essencialmente político. E exigir o respeito pela lei fundamental também o é. Se o líder do maior partido da oposição acha que a política se esgota no uso da palavra então escolheu a atividade errada. É apenas um saco de vento.
Percebo bem qual é a estratégia de Seguro. Não fazer ondas, não correr riscos, fingir-se de morto para não poder ser responsabilizado por nada e esperar que a situação apodreça de tal forma que o poder lhe caia no colo. Para fazer o quê com ele? Nem o próprio sabe. Tenho-me queixado da aparente indisponibilidade do PCP e do Bloco de Esquerda para participar numa solução alternativa a este desastre. Mas com Seguro a coisa é mais grave: ele está indisponível para fazer oposição. O problema do atual líder do PS não é a sua evidente falta de carisma. É o seu desempenho corresponder ao seu conteúdo. Poucas vezes a política nacional produziu tão pomposa inutilidade.
 
Daniel Oliveira no Expresso Online e no Jugular

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Infame


Acaba de ser aprovado o mais infame Orçamento de Estado da história da democracia portuguesa.

É um OE ilegítimo, pois assenta numa fraude democrática: executa um programa de transformação (mais propriamente, destruição) económica e social que não foi sufragado nas urnas e que, se o fosse, seria derrotado por uma imensa maioria.

É um OE fantasioso, pois assenta em pressupostos de previsão macroeconómica totalmente desfasados da realidade (a realidade, sempre esse empecilho!), tal como é amplamente ilustrado pelo permanente desfasamento entre as previsões macroeconómicas do governo e a evolução do desemprego, do consumo, do investimento, do défice, da dívida.

É um OE profundamente injusto, pois repercute a austeridade em sede de IRS em 89% nos rendimentos do trabalho e em 11% nos rendimentos do capital. Profundamente injusto pois ataca com extrema insensibilidade os mais vulneráveis (os desempregados, os doentes, os reformados) no contexto da mais grave crise social e económica das últimas décadas. Profundamente injusto porque, em sede de IRS, procede a alterações regressivas na fiscalidade que fazem com que quem recebe menos pague relativamente mais. Profundamente injusto porque perpetua a falta de progressividade ao nível do IRC, penalizando as pequenas empresas que mais postos de trabalho criam (incluindo as de sectores como a restauração, adicionalmente penalizadas pelo IVA). Profundamente injusto porque trata como intocável o serviço da dívida pública, servindo apenas para dar mais algum tempo à prossecução do projecto neoliberal deste governo (cujo núcleo fundamental é a eliminação de direitos laborais, a redução dos salários directos e indirectos e a conclusão do processo de privatizações a preços de saldo) e para dar mais algum tempo à transferência da titularidade dessa mesma dívida pública, principalmente da banca centro-europeia para os Estados - leia-se, para os contribuintes de outros países -, de modo a que o incumprimento, inevitável mais cedo ou mais tarde, venha a recair, também ele, sobre os trabalhadores e classes populares e não sobre os detentores do capital. Profundamente injusto porque mal toca no autêntico saque que são as parcerias público-privadas, ao mesmo tempo que retira salários a quem trabalha, reformas e subsídios de desemprego a quem descontou, apoios a quem está doente.

E é um OE profundamente destrutivo, pois apenas conduzirá ao alastramento da pobreza, ao aprofundamento da desigualdade, ao aumento do desemprego, à generalização das falências de PMEs, à perda de potencial produtivo da economia, à degradação da qualidade e universalidade de serviços públicos em áreas tão fundamentais como a saúde e a educação, à emigração em massa de população qualificada, à captura - pelos grupos económicos de sempre - de mais sectores de rendas asseguradas, de modo a fazerem uma população cada vez mais empobrecida pagar cada vez mais pelo acesso a serviços básicos.

Este OE infame foi concebido por este governo e aprovado e aplaudido de pé pelas bancadas do PSD e do CDS.

A História julgá-los-á.

Alexandre Abreu no Ladrões de Bicicletas

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A China Tem Novos Líderes

António Jorge Gonçalves

sábado, 24 de novembro de 2012

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Que Tal Ir Dar Banho Ao Cão?

EU ADMITO que Cavaco Silva seja parvo. Está no seu pleno direito, é lá com ele e com quem tem de o aturar directamente – o que felizmente não é o meu caso. Agora o que eu não admito é que o Presidente da República faça dos portugueses parvos... Isso é que não. Não só porque não lhe reconheço esse direito, mas também porque para nos fazer de parvos, apesar de tudo merecemos um bocadinho melhor. Vem isto a propósito de quê? De uma declaração verdadeiramente inacreditável do mesmo homem que governou Portugal durante uma década e que, na prática, ditou o nosso “afastamento” do mar, da agricultura e até da indústria: "É necessário olhar para o que nos esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria". Que tal ir dar banho ao cão, Sr. Presidente?

José Paulo Fafe no seu blogue

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

domingo, 18 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

sábado, 10 de novembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

domingo, 21 de outubro de 2012

sábado, 20 de outubro de 2012

Crime Sem Redenção



Eugénio Lisboa, entrevistado por Anabela Mota Ribeiro, ontem, no Jornal de Negócios. Breves highlights de um texto que ocupa seis páginas. Sublinhados meus:

Estamos à beira de o país entrar num retrocesso de tal magnitude que nos faça voltar aos tempos da pobreza do Estado Novo.

É preciso que o Estado pense poliedricamente e não monoliticamente. A Europa começa a estar atenta de outra maneira à situação. É necessário um governo e um PM que vá falar como adulto para outros adultos, negociando condições aceitáveis de sobrevivência.

Que o ministro das Finanças seja um indivíduo teimoso — basta olhar para ele: tem aquele perfil de cera astral; não é deste mundo — é um dado da vida, a gente aceita. Mas naquele executivo não há gente sensata? Estão todos submetidos ao pseudo-cientifismo de Gaspar? Um cientifismo que mete água por todos os buracos.

A tragédia começou antes. Quando foi a escolha do líder do PSD, entre todos os candidatos terem escolhido o Passos Coelho. Era um menino do aparelho. Era o menino do Relvas.

Mais do que a destruição da vida material das pessoas, a destruição da esperança é um crime sem redenção
 
Eugénio Lisboa citado pelo blogue Da Literatura

Coisas dos States



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Que Nos Espera


De Portas Bem Fechadas

 
 
O CDS não irá votar contra o OE 2013. Portas engole mais uma travessa de sapos, invoca o patriotismo e o interesse nacional, faz mais umas piruetas e segue em frente, pensando que está a salvar o CDS do naufrágio.

Bastaria a PP olhar com atenção para os resultados eleitorais nos Açores, para perceber que o CDS pode estar em vias de extinção. Os portugueses já perceberam que os centristas, embora demonstrem mais sensibilidade social do que o PSD, são apenas um apêndice deste governo para lhe prolongar a agonia. Qual a razão para votar num partido que não serve para nada?

Portas poderá ser tentado a abandonar a coligação, garantindo apoio parlamentar a Passos Coelho e Vítor Gaspar ( não digo PSD, porque neste momento o grupo parlamentar laranja é apenas um clube de fãs do pote, incapaz de agir com consciência própria, obnubilados que estão os seus membros pela bandeira laranja) mas isso apenas contribuirá para prolongar o sofrimento dos portugueses e em nada mudará o seu sentido de voto, nem o castigo ao comportamento do CDS.

Paulo Portas está, neste momento, na mais terrível encruzilhada da sua carreira política. Constantemente humilhado por Gaspar e Coelho, reage com submissão ao enxovalho. A sua carreira política está a aproximar-se do fim. Cinicamente, foi o seu parceiro de coligação a passar-lhe a certidão de óbito. Ficará na História como um parênteses inútil. O seu bisavô Sacadura, pedigree da família pelos seus feitos, não se orgulhará dele, certamente. Um herói nacional nunca rejubilará por ter um descendente cobarde, que apenas lutou para salvar a sua pele.
 

Carlos Barbosa de Oliveira no blogue Crónicas do Rochedo

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Coincidências



«Podem e devem fazer-se esses sacrifícios?
Eu reputo-os imprescindíveis; direi mais, eles têm de fazer-se: a nós só compete escolher a forma de fazê-los. (...)
Mas não tenhamos ilusões; as reduções de serviços e despesas importam restrições na vida privada, sofrimentos, portanto. Teremos de sofrer em vencimentos diminuídos, em aumentos de impostos, em carestia de vida. Sacrifícios, e grandes, temos nós já feito até hoje, e infelizmente perdidos para a nossa salvação; façamo-los agora com finalidade definida, integrados em plano de conjunto, e serão sacrifícios salutares.
É a ascensão dolorosa dum calvário. Repito: é a ascensão dolorosa dum calvário. No cimo podem morrer os homens, mas redimem-se as pátrias!»

António de Oliveira Salazar, 9 de Junho de 1928
 
 
Joana Lopes no blogue Entre as Brumas da Memória

Auto Explicativo


Este Governo

Cristina Sampaio

Portugal dos Pequeninos

De novo, insisto, o espectáculo desta governação é penoso de se ver. Às segundas, terças, quartas, e sextas governa Vítor Gaspar. Deixei em aberto as quintas-feiras onde o tandem Passos-Relvas reúne um Conselho de Ministros sem alma, nem função, com ministros que o Primeiro-Ministro mandou dizer ao Expresso que estão a prazo curto. Na maioria dos casos vai pouco mais do que comentar medidas já anunciadas em conferências de imprensa do Ministro das Finanças. Vá lá, Passos governa às quintas. O fim-de-semana, Portas regressa do seu périplo e partilha os recados do Expresso com Passos e faz alguns estragos à coligação onde não participa nem de corpo inteiro. Deve lá deixar o chapéu da lavoura no lugar.

O resultado é a mais absurda governação à vista que é possível imaginar. Na segunda-feira (ou terça, tanto faz), Gaspar anuncia um “enorme aumento de impostos” e diz quais são e como são. Na quinta-feira, os ministros protestam e os que têm raízes no aparelho partidário previnem para a revolta de baixo. Entretanto Portas e o CDS passaram a semana a contorcer-se todos. Começa-se logo a pensar mudar as medidas que segunda-feira tinham sido anunciadas, “abrandando-as”, “mitigando-as”, adiando-as, descobrindo que afinal não vai ser preciso tanta “enormidade” porque sempre se pode cortar mais no estado, ou seja disparar de novo sobre os funcionários públicos. A governação, uso a palavra por caridade, torna-se de plasticina, responde a ameaças (de Portas), rumores (dos ministros), ao medo da rua e das greves, ao descontentamento partidário (veja-se os Açores), e aos comentários, aos jornais e aos blogues. Num certo sentido é natural: responde àquilo que a fez no seu topo, àquilo que basta para liderar uma organização partidária em plena partidocracia institucionalizada, mas que não chega, nem de perto nem de longe para governar um país em crise.
Já ouviram falar do Princípio de Peter?
Nota actual: o que se está a passar com o Orçamento de Estado nunca foi visto em democracia: um Orçamento feito na rua e nos jornais, com fugas, umas deliberadas, outras não, com "balões de ensaio" para ver no que dá, com anúncios absurdos e irresponsáveis de violentos, seguidos de pequenas moderações para enganar, com alvos genéricos e, quando a coisa corre mal, mais pancada na função pública. Se é deliberado, tipo pau seguido de cenoura para esconder o pau que fica, coloca o governo ao nível de um mau assessor de comunicação, a fazer truques de marketing. Para isso há melhores profissionais fora de Portugal que podem ser contratados.

Só este triste espectáculo devia levar o Presidente a pôr alguma ordem nesta trapalhada ambulante, ridícula e perigosa ao mesmo tempo.

Pacheco Pereira na Sábado (retirado do blogue Abrupto)

Um Circo Valente



«Pedro Passos Coelho permitiu que um conflito entre o CDS e um ministro, sem experiência e que, ainda por cima, mal conhece Portugal, se transformasse numa polémica pública e notória. Pior do que isso: ele próprio, com o sr. Relvas, o seu criado para todo o serviço, não hesitou em participar no exercício em plena Assembleia da República, num acto suicida e estúpido, a que só a sua imaturidade e um cego sectarismo o poderiam ter levado. [...] O circo invadiu o Estado até ao Conselho de Ministros, para tranquilidade e deleite de Passos Coelho, que manifestamente não percebeu (e não sei se perceberá) o desprezo e o descrédito em que ia pouco a pouco ia caindo

Vasco Pulido Valente no Público (retirado do blogue Da Literatura)

sábado, 13 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Instigações

 
Se o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, ao invés de ter investido o seu precioso tempo na leitura de livros raros, e com edições limitadas para coleccionadores, se tivesse antes dedicado a ler, estudar, e aprender História, saberia, de ...
certeza, certezinha, que as pessoas não são instigadas a coisa nenhuma – além do insulto à inteligência das pessoas subjacente no comentário, as pessoas revoltam-se e rebelam-se contra as injustiças. Foi assim com a Guerra dos Camponeses na Alemanha de 1524, foi assim nos Estados Unidos da América na Chicago de 1886, foi assim com a Revolta de Berlim na então RDA em 1953, foi assim em Timor-Leste desde 1975 até 2012, só para citar alguns exemplos. Mas não há nada a fazer, burro que já nasceu velho não aprende línguas.

 [Imagem "I Am a Man March, Sanitations Workers Strike", Memphis,March 28, 1968, Ernest Withers]

 Do blogue Der Terrorist

Ministros Em Reunião


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um Governo de Passos Atrás



“… À volta de Passos Coelho há três tipos de homens que revelam a natureza deste governo: os Relvas, os Gaspares e os Borges. Os primeiros, também Sócrates os tinha em fartura: espertalhões para quem a política é apenas um meio para ganhar algum. Os segundos, pensam através de modelos teóricos e apenas aspiram à harmonia formal das suas teses…Os terceiros pertencem a uma nova élite com a qual as democracias, ainda baseadas no estado-nação, não sabem lidar. É gente sem raízes. São uma élite financeira sem pertença a uma pátria ou uma classe, sem qualquer sentido de utilidade produtiva que caracterizava os velhos capitalistas industriais, sem outra ética que não seja a do imperativo do lucro rápido e predador.
São estes três tipos de “políticos” que rodeiam um rapaz sem arcaboiço para governar. E que transformaram este governo, não apenas no pior que a nossa democracia conheceu, mas no primeiro indiscutivelmente antipatriótico. O único que conseguiu despertar em mim dois sentimentos que desconhecia: o patriotismo e algum respeito pelo mal-amado Sócrates. No que ao meu caso diz respeito, são dois feitos assinaláveis.”

“Do Patriotismo” (excerto), Daniel Oliveira no Expresso

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Isso É Marketing, Estúpido!


Vergonha!



" Há quem ache que o facto de os membros do Governo evitarem aparecer em actos públicos ou de, quando aparecem, se esconderem até ao último minuto atrás de uma cortina para depois saírem rapidamente por uma porta lateral à qual está encostado o carro oficial se deve ao facto de terem medo de ser vaiados, insultados, humilhados, agredidos com fruta madura ou mesmo despenteados por populares em fúria. Penso que nada é mais falso. Por muita distância que haja entre este Governo e os cidadãos, por muito que o Governo tenha assumido como seu objectivo central a destruição dos direitos dos cidadãos e o seu empobrecimento, por muito que o Governo diga estar preocupado com o desemprego quando esse é o seu objectivo principal para poder forçar a descida dos salários, precisamos de nos lembrar que os membros do Governo são seres humanos, que possuem um resto de auto-estima. Se se escondem e evitam actos oficiais públicos fora dos ministérios isso não se deve ao facto de terem medo. Deve-se ao facto de saberem que temos vergonha deles.’


José Vitor Malheiros no Público (excerto)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eles Estão Aí, Numa Televisão Perto de Si!


“…Em Portugal, os governantes sempre gostaram de subsidiar as empresas. E estas de ser subsidiadas, são raros os “senadores” que não tiveram sinecuras em alguma das grandes empresas do regime, ou em algumas instituições públicas ou semipúblicas
 onde os salários não estão limitados pelo desagradável tecto imposto aos ministros.

 É por estas e muitas outras que tenho cada vez menos tolerância para os conselhos de sapiência de “senadores” que no passado criaram rendas e hoje dizem que temos de acabar com elas; que querem cortar nas despesas públicas mas não só nunca o fizeram como, nalguns casos, beneficiam de pensões superiores 10 mil euros mensais; que foram incapazes de fazer reformas decentes, do arrendamento à lei do trabalho, e agora continuam a criticar as reformas; que inventaram e encheram o país de PPP mas agora estão muito preocupados com a corrupção; que pedem cortes na despesa mas só sabem referir as viagens e as ajudas de custo.

 …Muita dessa gente tem hoje cabelos brancos e continua a achar que devia estar no Governo, como se fosse um qualquer direito divino que lhe assistisse. Até o vai dizer a programas de televisão…”

José Manuel Fernandes no Público

Novas Orientações


domingo, 7 de outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012