Desde que o Presidente Cavaco foi eleito ainda não lhe ouvi uma palavra de jeito. O Presidente alinhava umas palavras em forma de discurso, soletra umas solenidades de circunstância, meia dúzia de lugares- comuns da sensatez e outras tantas banalidades, junta uma pitada de preocupação social e vago fervor patriótico, acrescenta umas generalidades institucionais e já está. Analistas politicos esparsos e à mingua de assunto e de política, desempregados de um regime sem ideologia, pragmático e material, que não pensa, não discute, não argumenta e apenas age e reage, tentam desesperados encontrar em Cavaco um pensamento, uma coerência ideológica ou, dada a necessidade de drama, uma ameaça.
Trabalhos ingratos porque Cavaco nada disto tem para dar. Nunca teve. A sua mediania coloca-o a salvo das grandes perplexidades contemporâneas e o seu desinteresse pela cultura política, ou outra, abriga-o das interrogações que perturbaram Soares ou Sampaio, infinitamente mais cultos e mais cosmopolitas. Cavaco é o sucessor de Eanes sem a educação sociológica e histórica de Eanes. Ou seja, Eanes tornou-se um quase-intelectual com a passagem do tempo, e Cavaco permaneceu igual a si mesmo, modesto e frugal, limitado e deslocado amarrado à âncora da sua ignorância...
Clara Ferreira Alves no Expresso sob o título "A Irrelevância Cavaquista"
Trabalhos ingratos porque Cavaco nada disto tem para dar. Nunca teve. A sua mediania coloca-o a salvo das grandes perplexidades contemporâneas e o seu desinteresse pela cultura política, ou outra, abriga-o das interrogações que perturbaram Soares ou Sampaio, infinitamente mais cultos e mais cosmopolitas. Cavaco é o sucessor de Eanes sem a educação sociológica e histórica de Eanes. Ou seja, Eanes tornou-se um quase-intelectual com a passagem do tempo, e Cavaco permaneceu igual a si mesmo, modesto e frugal, limitado e deslocado amarrado à âncora da sua ignorância...
Clara Ferreira Alves no Expresso sob o título "A Irrelevância Cavaquista"
1 comentário:
Dôr de cotovelo, pura e simples...
Como a amiga Mana Gorda já não pode alardear aquele alto estatuto ao qual estava habituada, há que cuspir um pouco de veneno...
Saudades dos tempos áureos e mordomias perdidas, suportadas pelo erário público (que a Mana Gorda não tinha escrúpulos em delapidar), estadias principescas nas Scheylles, etc, etc...
Bem, que o homem não é um intelectual, já todos perceberam...
So what ?...
A Clara também não...
E, no entanto, ninguém vomita "postas" a insurgir-se contra esse facto !
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