segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Ètica da Responsabilidade (III)

Não concordo com o apoio do PS ao candidato presidencial Manuel Alegre.
Não gosto do ex-oposicionista, não gosto do ex-governante, do politco, do poeta e do romancista.
Em suma, não gosto do Manuel Alegre, da sua tonitruância, do seu pedantismo.
Tudo isto é mais que suficiente para não querer votar nele, excepto se ou quando o seu único opositor for o execrável Cavaco.
Considero senhores de uma hipocrisia gritante aqueles que, ao relevarem a alta craveira de poeta e romancista, estão, ao fim e ao cabo, insinuando que se trata de um mau politico.
Mesmo como poeta e romancista ou contista Alegre é mais que vulgar.
Mesmo nos tempos em que a sua poesia pretendia ser uma arma contra o regime salazar/marcelista.
Tudo aquilo não passava de patrioteirismo lamechas!

domingo, 30 de maio de 2010

No Facebook

António Jorge Gonçalves

A Ética da Responsabilidade (II)

Sou dos que não concorda com o apoio do PS a Manuel Alegre.
Por muitos erros que o PS tenha cometido não merece ter este senhor com candidato a PR.
Teria toda a lógica que Alegre se confinasse à extrema-esquerda.
Mesmo assim tenho dúvidas.Não merece o empenho e honestidade de muitas que por lá andam.
Um homem que, politicamente nada fez a não ser arratar-se, de quando em vez, pelos corredores de S.Bento e fazer algumas declarações irresponsáveis e tonitruantes.
Ao contrário do caquético Almeida Santos não acho que seria grave problema o PS não ter candidato.
Alguma vez seria a primeira em que o partido daria liberdade de voto.
Nesta conjuntura seria o mais honesto e adequado.
Nem que fosse votar em branco!

A Ética da Responsabilidade (I)

Primeiro foi Cavaco, ao anunciar, com desnecessária pompa, a promulgação do casamento entre homossexuais.
Agora vem Sócrates falar em ética da responsabilidade ao anunciar o apoio do PS ao candidato presidencial Manuel Alegre.
Na realidade estamos perante muito pouca responsabilidade.
E ainda menos ética.
Por outro lado não falta calculismo e hipocrisia.

Zucchero + Luciano Pavarotti - Miserere

Cuidado Com O Bagão! (?)

Consta que "alguma" direita anda a ameaçar Cavaco com uma candidatura ainda mais à direita por via da promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Alguém me disse hoje que o cardeal-pratriarca também terá feito alguns "reparos" algo pesados.
Contudo, e apesar de, como alguém já disse, estarmos a falar da direita mais estúpida do mundo, não acredito que essa candidtura-alternativa seja para levar a sério.
Estão muito bem servidos com Cavaco, politica e culturalmente falando.
Estou mais inclinado para uma outra versão da "estória".
Há que dar um impulso a Cavaco.
Há que enfatisar que sacrificou as suas convicções pessoais em prol da "ética da responsabilidade".
Mesmo que com isso arrostasse com as críticas da santa madre igreja e dos católicos.
Os sacrificios que ele faz,coitado, pela "estabilidade" do país!
Por tudo isto parece-me que estamos perante mais uma manobra de agências de comunicação.
Em estreita colaboração com as famigeradas "fontes"...de Belém.

sábado, 29 de maio de 2010

O Direito de Manifestação

Cientista&Jardineiro

"Cépticos como os cépticos, crente como os crentes. A metade que avança é crente, a metade que confirma é céptica.

Mas o cientista perfeito é também jardineiro: acredita que a beleza é conhecimento."
Gonçalo M. Tavares

(in Breves Notas sobre Ciência, Ed. Relógio d'Água, 2006

Enquanto Isto...

...há cerca de uma hora Maria Flor Pedroso, na RTP-N, pública, debatia com alguns jornalistas muito importantes o assunto dramático de determinar qual o momento preciso em que o primeiro-ministro soube que a Moura Guedes ia saír dos écrans da TVI - Mais meia-hora, menos meia-hora.
Fundamental, como Fátima, Futebol e Fado.
E assim vão ganhando a (sua) vidinha.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quem Fala Assim Não Pode Ser Jornalista do Público

Carlos Zeuxis Paim


«Quando alguém mete ao bolso uma coisa que não lhe pertence dizemos que a roubou. Mas há justificações para meter coisas ao bolso. E diferentes nomes para usar nas várias circunstâncias, conforme o estatuto social e político dos autores. Uma senhora bem vestida que meta na carteira um perfume, numa loja elegante, distraiu-se — e um engano toda a gente tem. Uma mulher que o faça num supermercado suburbano comete um furto que a sociedade não pode permitir. E um banqueiro que esconda num offshore os milhões que ganhou por vender títulos tóxicos aos incautos clientes é um pilar da sociedade que contribui para o desenvolvimento económico. Esta é a base da sociedade e querer subvertê-la é fomentar o caos e a anarquia. E o sistema judicial existe para garantir a sua subsistência....

....[...] As medidas de contenção das prestações sociais recentemente apresentadas pelo Governo no âmbito do PEC têm de ser lidas à luz da mesma lógica, que distribui direitos e deveres de acordo com os méritos das pessoas: seria impensável pedir a pessoas de posses, a pessoas de qualidade, a pessoas daquelas de que o país não pode prescindir, que pagassem a crise provocada pelos actos de contabilidade criativa que os corretores e os banqueiros fizeram nos últimos anos e pelos buracos orçamentais criados para colmatar os défices dos bancos. Como o seria combater a fuga de capitais para os paraísos fiscais, ou a fuga ao fisco de pessoas que não sejam trabalhadores por conta de outrem. Tratar-se-ia de uma violência psicológica insuportável. [...]»



Excertos de um texto de José Vitor Malheiros, no Público,citado por Eduardo Pitta no Da Literatura

BB, Falta o Principal - Cavaco!


A lista de cúmplices desta barbaridade é enorme. Andam todos por aí. Guterres trata dos famintos do Terceiro Mundo; Barroso, dos "egocratas" de barriga cheia; os economistas que nos afundaram tratam da vidinha, com desenvolta disposição. Nenhum é responsável do crime; e passam ao lado da insatisfação e da decepção permanentes, como cães por vinha vindimada".




Baptista-Bastos, "Diário de Notícias", 26-05-2010 (Citação do Público)

Os Mercados Delegaram nos Partidos...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Anjinhos.Mentiras e Gravadores

A TSF dedicou hoje largo tempo dos seus noticiários a uns jornalistas da Sábado cujos gravadores terão sido "desviados" por um deputado/entrevistado para serem entregues em Tribunal como na realidade alguém representando o grupo parlamentar do PS acabou por confirmar.
Mas estes jornalistas mesmo assim não ficaram contentes.
Querem mais sangue e a TSF deu-lhes guarida.
Uns anjinhos estes  jovens!
Por falar em anjinhos atentemos numa anjinha da RTP-N, ontem ao serão.
Esta, a propósito de cortes na Saúde entrevistou uma representante da Ordem dos Médicos.
E fartou-se de espicaçar a dra. para dramatizar a situação.
E continuou. E,coitada, fechou a entrevista atabalhoadamente.
A entrevistada não lhe deu oportunidade para a demagogia e o populismo no melhor estilo da Moura Guedes.
Estou em crer que a nossa comunicação social é o Paraíso.
É só anjinhos por todo lado!

A Europa e o Futuro

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Missa Dominical...

Roubado ao Jumento

Do intriguista-mór recomeçou numa televisão ex-muito católica.
Quem ainda lhe dá trela?

Negócios

Ramon no El País

sábado, 22 de maio de 2010

Mãos

                                                                                                    D.Winge

António Jorge Gonçalves, Cartunista de Muito Mérito


A visita do Papa, Salvem o Euro e o Circo Nuclear

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Guloso, o Desejoso e a Banalidade da Mentira

Parece que Marcelo Rebelo de Sousa anda por aí a dizer que Sócrates mente sistematicamente.
O Senhor Professor Doutor, como ele gosta de ser chamado, tem a mais elevada autoridade para o dizer.
Ele que há mais de trinta e seis anos é conhecido como um dos maiores intriguistas da nossa praça.
È que o ex-director do Expresso não mente sistematicamente.
A mentira nele está enraizada, é sistémica.
É a banalidade da mentira!

Comer (Dedicado a Belmiro)

Versão Portuguesa : Uns comem os figos, outros rebenta-se-lhes a boca

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Coelhócrates & Socrelho


A mesma luta, as mesmas luvas...

Fotomontagem de Joana Amaral Dias no Córtex Frontal

Jornalismo e Política à Portuguesa

Jornalismo à portuguesa

Num rigoroso exclusivo e citando "fontes bem colocadas junto do executivo", o Correio Preto vai avançar amanhã, sexta-feira, com a notícia de que o Governo vai reforçar os investimentos públicos, planeando a construção de uma estação espacial a ser instalada na OTA.

Obviamente, o Correio Preto conta, com esta notícia, ser citado pelas rádios, televisões e sites, provocando que a notícia dure umas horas. Para isso, conta ainda com a colaboração de todos os partidos que tratarão de comentar, criticar e pedir a presença na Assembleia da República, com carácter de urgência, do ministro das Obras Públicas. Assim, a notícia vive mais umas horas e anima a vida dos portugueses.

Depois, a meio da tarde, José Sócrates irá desmenti-la até usando o argumento de que, nesta altura, esse tipo de investimento seria rídiculo e impensável. Mas à noite, via telejornais, a notícia irá manter-se, baseando-se, antes de mais, na notícia do Correio Preto. E com as óbvias reacções dos partidos. E só depois o desmentido oficial.

No sábado, logo pela manhã, o mesmo Correio Preto conta fazer outra manchete, não pedindo desculpa aos leitores, não admitindo que foi um erro, mas com a história "completa": o Governo tinha mesmo intenções de construir a estação espacial, mas foi a notícia do Correio Preto que obrigou José Sócrates a recuar. E para apimentar a coisa, acrescentaremos que sob pressão de Cavaco , de acordo com "fontes em Belém", e de Pedro Passos Coelho que até admitiu romper o acordo com o Governo.

E assim andará o Correio Preto feliz e contente até, daqui a umas semanas e perante a queda de audiência, tenha mais criatividade para outra grande "cacha": citada, comentada e desmentida. Mas o que importa? A audiência sobe, não sobe?
 
Emídio Fernando no Correio Preto

Ele Não Perdoa - Até Mete Medo

Coitado, ele tinha tanta fome.
Tanta,tanta que pensou que a PT teria de ser dele.
Enganou-se.
Agora acha de toda a utilidade cavar a sepultura ao governo.
E agradar a um novo poder emergente.
Sonha com uma facturação no futuro próximo.

Mãos

Luvas Iguais, Salários Iguais

Tradução: Continua a haver direitas e esquerdas mas ambas usam a mesma luva

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cavaco - Iris

Já deu para notar que não gosto de Cavaco.
Mau primeiro-ministro (pai do "monstro).
Péssimo Presidente.
Talvez por isso tenha agora tido a paga que merece.
E de quem?
Da inefável comunicação social que ele e as suas "fontes" tanto gostam de manipular.
A capa do Metro é nojenta!

Foto roubado ao Câmara Corporativa

Uwe Ommer - Familias

Exposição na Praça do Império, Museu de Marinha
As duas fotos aqui presentes correspondem à "participação" portuguesa

terça-feira, 18 de maio de 2010

Cobradores dos Fracos

Mas... e os cobradores dos fracos? Dos que não recebem salários há meses? Dos que foram enganados por agiotas de todo o calibre? Dos que caíram no logro fácil de empréstimos bancários de má memória? Alguém os viu? Haviam de fazer bom negócio.

"El Frac e mister Well" (excerto) por Nuno Pacheco no Público

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Relator não, Inquisidor-Mór

O Relator, post de Fátima Rolo Duarte no seu excelente fworld

A Ética Cavaquista

«A ética das responsabilidade tem de estar acima das convicções pessoais»
Segundo leio na TSF online parece que Cavaco Silva disse esta frase há pouco, quando anunciou que iria promulgar a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Sabemos que o Presidente poucas saídas tinha.
Sabemos que, caso vetasse o diploma, seria vexado pelo Parlamento que aprovaria novamente a lei.
Sabemos que Cavaco, calculista como é, teria de dramatizar com um discurso em horário nobre.
Sabemos que pretendeu justificar-se perante o seu conservador eleitorado.
Agora vir-nos impingir esta da ética das responsabilidades ter de estar acima das convicções pessoais, esta, é demais.
Era o que faltava que elegêssemos um Presidente que assim não se comportasse.
Por acaso, e no caso específico de Cavaco Silva, essa ética anda muito pelas ruas da amrgura.
Como diria o outro, ainda terá de comer muita farinha Predilecta primeiro que esse seu postulado verdadeiramente se lhe aplique.

O Mapa Cor de UE

Nos últimos dias pensei estar ler inúmeros exemplares do jocoso Inimigo Público.
No diário de Belmiro vários colunistas mostraram o seu desgosto pela situação actual do país alegando a "perda" de soberania e a humilhação do país face ao "estrangeiro".
Não me admira a posição do antiquado Vasco Pulido Valente já que o "historiador" vive no século XIX.
Não me admira a posição do moderníssimo Rui Ramos sempre pressuroso no arrebanhamento de votos para os "seus" partidos de direita.
Desta vez porém o Público, contrariamente ao habitual, respondeu-lhes no editorial de ontem.
E disse-lhes, indirectamente, que deviam "...reparar que o pacto que conduziu ao euro obrigou os Estados-membros a alienar parte do seu poder de decisão para Bruxelas. A impossibilidade de desvalorizar a moeda ou a obrigação de cumprir as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento em matéria de défice e de dívida pública são, afinal, o  quê? Simples delegação de poderes nacionais para instâncias transnacionais.O que aconteceu esta semana não foi, por isso, uma grande novidade... No futuro próximo, o rigor fiscal dos alemães, que o pacto do eurodeixava antever, terá de ser lido como uma imposição para todos. Custa que sejam os outros a lembrar-nos de que não há almoços de graça? Pois custa. Mas, em vez da exaltação patriótica e do protesto da nação ofendida, aprendamos a ser mais exigentes com os deveres próprios. Ou então tire-se da ofensa a conclusão que é melhor ser laxista fora do euro do que exigente com a moeda única. O problema é que a delegação da soberania e o caos do isolacionismo não há por onde escolher, pois não?"
Gostei da bofetada de luva branca que o Púbico deu aos seus dois colunistas-historiadores.
É que não se pode ter rigor científico e ética nos estudos académicos e proceder de modo inverso nos artigos de opinião na comunicação social.
Tem de haver um "módico" de coerência".
Ou não?

Todo o Tempo do Mundo

- Segundo o Papa Bento XVI a Igreja precisa de aprender a estar no Mundo

- Bem, se ainda não aprendeu não terá sido certamente por falta de tempo.

Luis Afonso no seu Bartoon do Público ( a 13 de Maio...)

domingo, 16 de maio de 2010

Domingo de Reflexão ( Apesar de Primaveril)

A propósito de Saldanha Sanches, João Pinto e Castro escreve um post de amigo e que vale a penar ler. A meio do post, entretanto, diz o seguinte: "Os anos da revolução convenceram-no – a ele como a muitos outros – que o maoísmo não era uma cura, antes uma mutação da mesma doença. Estabilizada a democracia liberal, não tardou a descobrir outras formas de servir o seu país." Eu não sei, mas parece-me que o recurso a esta linguagem de higienização, se alguma coisa mostra, é que, tocando-se os extremos, não será apenas pelas costas, como julga o próprio João Pinto e Castro, mas também pelo centro que relaciona esses extremos e em que ele, João Pinto e Castro, se coloca com toda a naturalidade deste mundo, assumindo a pose do homem politicamente são. Igualmente revelador desta vertigem higienziadora do centro liberal é o elemento a que João Pinto e Castro recorre para, enfim, conseguir estabelecer uma continuidade sobre a radical desconinuidade que afirma existir entre a doença ideológica do Saldanha Sanches revolucionário e a sanidade liberal do Saldanha Sanches democrático: trata-se de "servir o país". É, aliás, este esvaziamento da ideologia em nome da estabilidade e do sagrado princípio da nação que, alicerçado à crença de que o liberalismo é imune ao autoritarismo, torna este centrismo tão perigoso: ele poderá fazer e dizer o que quiser que haverá uma espécie de certificado da sua natureza sã a preservá-lo de se tornar extremista e ditatorial. Como se o fascismo fosse qualquer coisa de a-histórico.

A Sanidade, Uma Doença Infantil do Centrismo, Zé Neves no Vias de Facto ( sublinhado de aviador)

Domingo Primaveril

Henri Cartier-Bresson

sábado, 15 de maio de 2010

A Visita do Velho Senhor


                                                                                     Alan Jorge

Fico estupefacto com o que vou lendo nos últimos dias.
Foi preciso o Papa vir a Portugal para algumas "personalidades" como por exemplo Rui Vilar e Henrique Monteiro se darem conta da "ideologia" vigente na sociedade contemporânea, da falta de ética, das enormes desigualdades sociais.
Se as visitas do Papa tiverem o condão de acordar estas e outras influentes personalidades e que isso possa contribuir para modificar, um pouco que seja, este "sistema", vou rogar à senhora de Fátima que nos traga Sua Santidade ao menos uma vez por ano.

Efeitos da Crise (II)

...E o que tem tudo isto a ver com a crise financeira que vivemos? Nada ou tudo.
Depende da perspectiva com que olhamos as coisas: um país que se contenta com as aparências , que toma por genuíno o que não passa por oportunismo, que não escrutina o mérito nem questiona socialmente os pantomineiros, está condenado ao fracasso. Na economia como no resto.
Tal como na Grécia, o défice público e a dívida acumulada pelo Estado são o resultado direto de anos a fio de cedência a aparências, facilidades, reivindicações demagógicas e apoios não justificados.
Acham que alguém aprendeu a lição?
Não; leiam os blogues ou os comentários dos leitores de jornais - "eles", os sucessivos governos, é que nos desgovernaram; "nós", o bom povo, nada fizemos para merecer esta catástrofe. É verdade, sim, que eles nos desgovernaram, mas em obediência à vontade do bom povo e porque ceder à demagogia e à facilidade vale muitos votos. Os enfermeiros querem ser doutores? O Governo cede. Os professores querem ser todos classificados com "muito bom"? A oposição aplaude e o Governo rende-se. O Ministério Público  quer ter o sagrado direito de trabalhar sem prazos e os venerandos conselheiros do Supremo querem-no limpar de processos, limitando a possibilidade de recurso? O Governo concorda.Os militares, os polícias, os bombeiros, querem o "legítimo" direito de receber um subsídio de risco por fazerem aquilo para que foram contratados e treinados? O Governo acha justo.O dr.Madaíl quer dez novos estádios para um Europeu de futebol que até o Presidente Sampaio afirmou ser um "desígnio nacional"? O país festeja - e já se candidata a um Mundial e suspira por uns Jogos Olímpicos...

Miguel de Sousa Tavares no Expresso (excerto)

Efeitos da Crise

…A crise actual trouxe à tona da consciência dos povos europeus a evidência de uma injustiça profunda do sistema socioeconómico em que vivemos : a enorme desigualdade entre ricos e pobres, os custos da crise pagos por estes últimos, a mais-valias bilionárias das instituições financeiras e os milhões que ganham os seus gestores – no meio da pauperização crescente da maioria da população, do desemprego galopante e da humilhação que acompanha tudo isso. Um novo tipo de revolta está a nascer e a espalhar-se pela Europa: revolta sem ideologia, indignação nua face à injustiça gritante, exposta, descarada, impune porque “normal”. Esta evidência não poderá mais ser encoberta e racionalizada (justificada). Por detrás dela não está nem Marx nem Mao, nem o Papa nem Dalai-Lama. É a simples exposição da injustiça brutal do sistema e dos homens no capitalismo global que leva a esse tipo de revolta primária do homem que luta pela sobrevivência. E isto vai também influenciar fortemente a construção da Europa.

José Gil na Visão (excerto)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Philip Glass - As Horas

Vila Velha

Manuel Vilaverde Cabral, conhecido nos velhos tempos de juventude pelo seu esquerdismo rendeu-se agora aos encantos do "mediatismo".
Não sei se pelos proventos diretos ou indiretos que daí lhe podem advir se pela "vã glória" de aparecer nos écrans.
O que é certo é que aparece muito e mal.
Rendido áquilo que os patrões dos canais esperam dele ou àquilo que pensa serem os desejos das audiências-alvo a quem se dirige.
E o registo é sempre de piscadela de olho a qualquer oposição.
Numa mistura de direitismo e esquerdismo.
Sempre contra o PS e Sócrates.
Não é que o PS e Sócrates não mereçam critica, contudo nem menor nem maior que a qualquer governo anterior desde 1974.
Vilaverde exagera, excita-se, ralha, esganiça-se e socorre-se de meias-verdades ou meias- mentiras para levar a água ao seu moinho.
Ainda esta manhã num debate que, como agora se usa, não passa de amontoado de monólogos promocionais ou de mera propaganda dos seus participantes, o historiador dizia que o governo tinha sido oportunista ao anunciar um agravamento das medidas de austeridade num dia em que o Papa visitava o país.
Esquece-se  que Espanha tinha anunciado medidas ainda mais gravosas no dia anterior.
Esquece-se que tudo isto apareceu na sequência de reuniões havidas dias antes em Bruxelas.
Esquece-se que fomos forçados a esta medidas quando o mesmo já havia acontecido na Irlanda e Grécia.
Esquece-se que quem impôs as medidas foram os todo-poderosos mercados .
Esquece-se que estes mercados são os patrões na área politico/económica onde estamos inseridos.
Esquece-se que dificilmente teríamos outra alternativa.
Esquece-se que a alternativa soviética já deu o que tinha a dar.
Esquece-se que a alternativa China não é recomendável, pelo menos para o "povo".
Esquece-se...
Esquece-se...
Será da (senil)idade?

Representantes da Cultura

O Papa recebeu e falou a 1400 "representantes" da cultura portuguesa.
Não sei nem me interessa saber  qual o critério da escolha.
A Igreja é livre de convidar quem quiser.
Já tenho curiosidade de saber se houve recusas e quem foram os "recusantes".
Retive, por exemplares, as palavras de Rui Vilar, Presidente da Fundação Gulbenkian, ao Público no final da sessão.
Aqui vão elas:
"Penso que estamos mais obrigados agora a pensar no papel da cultura nas sociedades contemporâneas, a contrariar a avalanche de informação e procurar algum tempo para refletir sobre como construir uma nova sabedoria que nos ajude a enfrentar os desafios das sociedades actuais"
Fico perplexo,melhor, estupefacto.
Foi preciso vir o Papa para o presidente da maior, mais poderosa e mais culta fundação portuguesa se sentir "mais obrigado" a refletir sobre as vicissitudes da sociedade contemporânea.
Estamos mal, estamos mesmo muito mal!

Cobardias & Eleitoralismos

Segundo leio nalguns jornais "online" Cavaco Silva não se terá querido pronunciar sobre as medidas de austeridade (por sinal bem equilibradas face à conjuntura europeia) acordadas entre o PS e o seu PSD.
Curiosíssima recusa.
Cavaco que não se tem coibido de "criticar" o governo e de "sugerir"medidas de contenção, directa ou indirectamente ( através de amigos e/ou ex-ministros de direita), vem agora candidamente dizer que não se pronuncia.
Provavelmente quererá passar entre os pingos da chuva e insinuar que tem muita pena dos sacrficios que "os  portugueses" vão ter de suportar.
Insuportável e intolerável é a posição do Sr. Presidente ( de alguns portugueses)

As Medidas de Austeridade

Uma Estreia Auspiciosa


Um bom texto de Athol Fugard
Uma boa encenação de Beatriz Batarda
Duas excelentes actuações de Dinarte Branco e Catarina Lacerda
A não perder*!

* Expressão completamente banalizada pelos media mas que me atrevo a usar dada a qualidade do      espectáculo

quinta-feira, 13 de maio de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

As Cruzadas Mediáticas

Acabei de acordar de uma merecida soneca embalado ao som de uma daquelas arengas em que são pródigos os canais de notícias.
Em abono da verdade estes "debates" tranformaram-se em acções de promoção dos seus participantes, acumulando muitas vezes com pura propaganda ideológico/partidária.
Desta vez atuavam Francisco José Viegas, Francisco Teixeira da Mota e o inefével e belissimo João Pereira  Coutinho.
E Viegas lá vai continuando, de programa em programa,a mentir descaradamente.
É que, para levar a água ao seu moinho não se coíbe de mentir.
Gostaria que FJV me indicasse quais as tolerências de ponto que o Estado deu a muçulmanos ou judeus aquando das suas festas religiosas ou visitas dos seus líderes.
Sei que o senhor, como escitor que é, de verá ter muita imaginação.
Desgosta-me que o seu fervor direitista chegue a tanto.
É que ele está mesmo convencido que engana os espectadores da TVI24.
Engana-se, não estamos nas telenovelas do canal generalista.
Muito menos no asqueroso Jornal das Sextas onde poderia arengar á vontade que não destoaria.
Uma lástima, esta gentinha!
Um lástima

A Brigada do Reumático Ataca de Novo

Vários ex-ministros das finanças foram recebidos pelo ex-ministro das finanças, Presidente da República «todos preocupados com o rumo económico de Portugal». Escutas revelam parte da conversa:


«Senhor Presidente, nós, bem como o senhor, e mais alguns que não estão aqui porque estão ainda em funções ou tiveram vergonha na cara ou outros compromissos, fomos ministros das finanças de Portugal. A actual gravíssima situação das finanças públicas é também nossa e sua responsabilidade. Fomos todos incapazes de reformar o Estado. Fomos todos incapazes de suster o crescimento da despesa pública. Contribuímos mesmo para o aumento da dívida e da despesa. Fomos coniventes no empobrecimento dos nossos concidadãos, gastando o que não tínhamos, gastando por conta os rendimentos futuros, fomentado o desemprego, o desperdício e a incúria.

Senhor Presidente, nós, o senhor e todos os outros ex’s mais o actual ministro, criamos, alimentamos e demos rédea solta ao Monstro.

Senhor Presidente: já deve ter constado que todos nós, e o senhor também, depois de sermos ministros das finanças até parece que nos tornámos sensatos, debitamos conselhos muitas vezes razoáveis e por isso, após algum período de recatado nojo, renascemos como comentadores credíveis. Aliás, quanto mais dissermos o contrário do que fizemos e do que então diziamos quando tinhamos responsabilidades, mais credíveis parecemos perante a opinião pública pois que esta entende que tal desajuste apenas poderá ser justificado por algum tipo de arrependimento (embora verdade seja dita nunca algum de nós, nem o senhor, tenha feito qualquer mea culpa em público), por não imaginar possível tanta descarada falta de vergonha…..»

A partir daqui surgiram interferências e não foi possível escutar mais nada

Gabriel Silva no Blasfémias ( alguma vez havia de estar de acordo)

Repartição? Eu dria Ministério...