sábado, 15 de maio de 2010

Efeitos da Crise

…A crise actual trouxe à tona da consciência dos povos europeus a evidência de uma injustiça profunda do sistema socioeconómico em que vivemos : a enorme desigualdade entre ricos e pobres, os custos da crise pagos por estes últimos, a mais-valias bilionárias das instituições financeiras e os milhões que ganham os seus gestores – no meio da pauperização crescente da maioria da população, do desemprego galopante e da humilhação que acompanha tudo isso. Um novo tipo de revolta está a nascer e a espalhar-se pela Europa: revolta sem ideologia, indignação nua face à injustiça gritante, exposta, descarada, impune porque “normal”. Esta evidência não poderá mais ser encoberta e racionalizada (justificada). Por detrás dela não está nem Marx nem Mao, nem o Papa nem Dalai-Lama. É a simples exposição da injustiça brutal do sistema e dos homens no capitalismo global que leva a esse tipo de revolta primária do homem que luta pela sobrevivência. E isto vai também influenciar fortemente a construção da Europa.

José Gil na Visão (excerto)

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