segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Mapa Cor de UE

Nos últimos dias pensei estar ler inúmeros exemplares do jocoso Inimigo Público.
No diário de Belmiro vários colunistas mostraram o seu desgosto pela situação actual do país alegando a "perda" de soberania e a humilhação do país face ao "estrangeiro".
Não me admira a posição do antiquado Vasco Pulido Valente já que o "historiador" vive no século XIX.
Não me admira a posição do moderníssimo Rui Ramos sempre pressuroso no arrebanhamento de votos para os "seus" partidos de direita.
Desta vez porém o Público, contrariamente ao habitual, respondeu-lhes no editorial de ontem.
E disse-lhes, indirectamente, que deviam "...reparar que o pacto que conduziu ao euro obrigou os Estados-membros a alienar parte do seu poder de decisão para Bruxelas. A impossibilidade de desvalorizar a moeda ou a obrigação de cumprir as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento em matéria de défice e de dívida pública são, afinal, o  quê? Simples delegação de poderes nacionais para instâncias transnacionais.O que aconteceu esta semana não foi, por isso, uma grande novidade... No futuro próximo, o rigor fiscal dos alemães, que o pacto do eurodeixava antever, terá de ser lido como uma imposição para todos. Custa que sejam os outros a lembrar-nos de que não há almoços de graça? Pois custa. Mas, em vez da exaltação patriótica e do protesto da nação ofendida, aprendamos a ser mais exigentes com os deveres próprios. Ou então tire-se da ofensa a conclusão que é melhor ser laxista fora do euro do que exigente com a moeda única. O problema é que a delegação da soberania e o caos do isolacionismo não há por onde escolher, pois não?"
Gostei da bofetada de luva branca que o Púbico deu aos seus dois colunistas-historiadores.
É que não se pode ter rigor científico e ética nos estudos académicos e proceder de modo inverso nos artigos de opinião na comunicação social.
Tem de haver um "módico" de coerência".
Ou não?

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