quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aqui Não Há Galderices

Alguns de nós nascem rebeldes. Ao ler a história da Zelda Fitzerald contada pela Nancy Milford, identifiquei-me com o seu espírito de amotinada. Lembro-me de passar com a minha mãe pelas montras e lhe perguntar porque é que as pessoas não as partiam. Ela explicou-me que existem regras tácitas de comportamento social, e que era assim que nós coexistíamos como povo. Senti-me instantaneamente limitada pela noção de que nascemos num mundo em que tudo foi já ordenado antes de nós. Eu esforçava-me por suprimir os impulsos destrutivos, trabalhando em vez disso os impulsos destrutivos, trabalhando em vez disso os impulsos criativos. Mesmo assim, aquele pequeno ódio às regras que havia em mim não morrera.


Patti Smith em “Apenas Miúdos”

O Professor Que Mente ou a Mente do Professor

Incongruências

terça-feira, 28 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Falhas de Perceção

No pretensioso e cabotino inquérito da Pública quando perguntam a Maria João Avillez "Com que idade percebeu que falhou na vida?" a sofisticada jornalista respondeu: "Teria de ter percebido?".
Resposta mais sincera não poderia ter. Há muito que nós percebemos que Avillez ainda não se apercebera. Abençoada seja!

Até Esta!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As Massas na Rua (Efeitos da Mediatização)

Pela Boca Há-de Morrer o Peixe

Neste governo PSD/CDS há três personalidades que eu irei seguir com especial atenção e prazer -implacavelmente.
 A ação de Nuno Crato, Paula Teixeira da Cruz e Francisco José Viegas será escrutinada IMPLACAVELMENTE!

Tristes Parcerias

Le dejeuner sur l'herbe

Carteiristas no 28

Nos últimos meses, por motivos que não vêm ao caso, tive de viajar no elétrico 28, uma grande atração turistica da cidade de Lisboa. Tive pois oportunidade de assistir a ínumeros roubos e tentativas de roubo. Só na semana passada foram dois, em dias diversos, pelo mesmo ladrão, com o mesmo boné de couro preto e malin...ha preta à tiracolo para esconder a mãozinha ladra. E o curioso é que me parece relativamente fácil identificar os ladrões, têm pinta, tanto os próprios como os ajudantes. Só a íncuria da Carris, da Polícia e/ou da Câmara de Lisboa permitem que estas coisas continuem a acontecer com frequência absolutamente inusitada e intolerável.

sábado, 18 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

José Gil ao El Paìs

O descrédito dos políticos deve-se à promiscuidade entre a política e os negócios”.


Quando olha para o seu país não tem pruridos em dizer que vive uma situação “terrível” para a qual os resultados das recentes eleições não constituem um agravamento nem um melhoramento.

Referindo que em França se passam coisas impensáveis desde há muitos anos sublinha que “o que impera é o capitalismo global muito pouco igualitário”.

“O que não podemos é contentarmo-nos com as novas formas de capitalismo. O que diz a economia não é a única alternativa possível. Há que pensar em novas formas de trabalhar, vincular o trabalho ao indivíduo e não somente ao lucro”

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Galinholas

(galinholas)

O que não significa vai significar um dia destes. Mas significará uma coisa bastante diferente. Pensam que uma escada leva sempre a uma espécie de casa ou terraço, e são magnânimos admitindo alguma variação de formas e propósitos, dentro dos termos das casas e terraços que há. Pois estão à vossa espera, senhores, casas e terraços de estranhos sistemas arquitectónicos. Há mesmo a suspeita de tratar-se de uma escada esquisita, uma escada apenas para subir.
Mas dantes havia uma moral, dizem eles. Havia a moral de subir para ir ao terraço. Depois via-se a paisagem.
E era bonito?
Sim, havia metafísica, política e filosofia para ver.
E para que servia ver isso?
Ora, a gente ficava contente, porque entravam e saíam ideias pela cabeça.
Uma espécie de piquenique mental, não?
A metafísica, a política e a filosofia são matérias nobres.
Sim, senhores, obrigado.
Pois, e se a gente queria a casa, subia a escada e entrava na casa.
Também nas paredes, a filosofia, e etc.?
Sim, exactamente.
Olhem: não, obrigado. Vou dizer-lhes: vai ser escada para subir e depois a gente ficará lá em cima experimentando o transe do silêncio. Os senhores não percebem nada de destruições. Temos de aturar todo o aborrecimento de uma velha modernidade: Fernandos Pessoas, surrealismos, a política com metonímias, a filosofia rítmica, as religiosidades heréticas, as pequenas tradições de certas liberdades. Acabou-se.
(O verbo impregnava a terra, a energia impregnava a terra).
Tudo isto é para a grande máquina circulatória, o aparelho digestivo, o sistema respiratório. Coisas do corpo que precisa de transe, de êxtase. Essa é a significação. Estamos a trabalhar com instrumentos que abalam tudo. Há uma energia geral comutada à passagem pelo corpo. É uma comutação cultural. E afastem daqui o surrealismo. Afastem a metafísica, a política, as ideiazinhas de merda. Um transe. A palavra é uma provocação destinada a uma espécie de intransigência física. E que é o corpo senão ele mesmo?
Os poetas estão a avançar com uns vagares de galinholas. Porra.

Herberto Hélder em Photomaton & Vox

Obama e a China