terça-feira, 16 de outubro de 2012

De Portas Bem Fechadas

 
 
O CDS não irá votar contra o OE 2013. Portas engole mais uma travessa de sapos, invoca o patriotismo e o interesse nacional, faz mais umas piruetas e segue em frente, pensando que está a salvar o CDS do naufrágio.

Bastaria a PP olhar com atenção para os resultados eleitorais nos Açores, para perceber que o CDS pode estar em vias de extinção. Os portugueses já perceberam que os centristas, embora demonstrem mais sensibilidade social do que o PSD, são apenas um apêndice deste governo para lhe prolongar a agonia. Qual a razão para votar num partido que não serve para nada?

Portas poderá ser tentado a abandonar a coligação, garantindo apoio parlamentar a Passos Coelho e Vítor Gaspar ( não digo PSD, porque neste momento o grupo parlamentar laranja é apenas um clube de fãs do pote, incapaz de agir com consciência própria, obnubilados que estão os seus membros pela bandeira laranja) mas isso apenas contribuirá para prolongar o sofrimento dos portugueses e em nada mudará o seu sentido de voto, nem o castigo ao comportamento do CDS.

Paulo Portas está, neste momento, na mais terrível encruzilhada da sua carreira política. Constantemente humilhado por Gaspar e Coelho, reage com submissão ao enxovalho. A sua carreira política está a aproximar-se do fim. Cinicamente, foi o seu parceiro de coligação a passar-lhe a certidão de óbito. Ficará na História como um parênteses inútil. O seu bisavô Sacadura, pedigree da família pelos seus feitos, não se orgulhará dele, certamente. Um herói nacional nunca rejubilará por ter um descendente cobarde, que apenas lutou para salvar a sua pele.
 

Carlos Barbosa de Oliveira no blogue Crónicas do Rochedo

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