quinta-feira, 31 de maio de 2012

Jornalismo Segundo Relvas

 
 
O Jornalismo tal como manda a lei e como gosta Relvas

…O jornalismo, de acordo com Relvas, deve relatar, noticiar, disseminar, declarar, avalizar, espalhar, anunciar, transmitir, testemunhar, avisar, expedir, difundir, referir, narrar, mencionar, propagar, explanar, expor, descrever, verificar, mas nunca, nunca, nunca, interpretar….Porque a interpretação é sempre facciosa, ao contrário de todos o...s outros atributos que aqui referi…Eis porque qualquer interpretação deve estar vedada ao ignaro jornalista. Este deve contentar-se em espalhar o que o mandam! Mais nada! Um jornalista que queira interpretar deve ir para intérprete! Um jornalista que pense vá para filósofo! Há que saber distinguir!

Comendador Marques de Correia na Revista do Expresso (excerto)

Projetos Gorados

De Pequenino...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mais Desgraças



“…Mas percebo a tentação de um ministro – que se julga esperto – de usar os serviços secretos (se merecem o nome) e o jornalismo para os seus fins privados. Basta abrir a televisão para se perceber a extrema promiscuidade entre a gente que em princípio deve informar o público e a gente que em princípio deve garantir que essa informação é exacta e completa. Começa por que se tratam todos pelo nome próprio e parecem quase todos grandes compinchas. Dai ao segredinho, à inconfidência e ao comentário vai um pequeno passo.
E daí à pura ameaça vai um passo ainda mais pequeno…”

Vasco Pulido Valente no Público

Falhas Técnicas

sábado, 26 de maio de 2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

A Crise (3)

Quem Diz Conselheiro Diz Ministro

Esplendor

Coisamente

 
 
Se há coisa polissémica é o coiso. Mas a coisa não lhe fica atrás.
Uma rápida verificação no Houaiss mostra o tanto que a coisa é ou pode ser. Lá está: "Tudo quanto existe ou possa existir, de natureza corpórea ou incorpórea. ( as coisas do mundo)". É isso a coisa, mas não a coisa toda. Já o coiso, por mais desmesurado, por mais possibilidades de sentido, tem menor raio de alcance, coisa menos, abarca menos coisas que a coisa. Por isso, correndo o risco de fazer jornalismo interpretativo, assim desagradando ao ministro Relvas, sou tentado a contrariar o desdém geral pelo alegado lapsus linguae do ministro Álvaro. Porque, em tempo de penúria, Álvaro acrescenta. Álvaro enriquece a polivalência semântica. Por mais trapalhão, Álvaro diz-nos que o coiso é o nome da coisa. Relvas pede desculpa por aquilo que desmentira e foge para diante, nega ter feito um ataque à imprensa atacando a imprensa (acusando um jornal e uma jornalista de construirem uma narrativa à qual adaptam a realidade). Relvas não diz se a coisa é o nome do coiso. Se Álvaro não desmente o coiso, o terrivel coiso, apenas vacila no momento de o nomear, Relvas não explica a coisa pela qual se penitenciara, ainda que a desminta. Assim vai enchendo um balão de nada, de coisa nenhuma. E até o primeiro ministro, naquela qualquer coisa que disse, não querendo comentar a coisa doméstica em Chicago, foi por aí: "Não há nenhum ataque a coisa nenhuma". Ora "coisa nenhuma" é nada. Um nada com um fio de ar que parece conter, ainda, alguma coisa. Um pouco mais do que o superlartivo absurdo "coisissima nenhuma" que o Houaiss também contempla. Fica, ao menos, claro que coisar pode ser verbo de encher ou de esvaziar. Entre usos anómalos e novas ênfases, torna-se evidente que a coisa foi sendo puxada para um novo patamar interpretativo. Como observa a jornalista Maria José Oliveira, "em momento nenhum" houve uma explicação para as ameaças que lhe foram feitas e ao jornal onde trabalha. E isso, dada a narrativa entretanto construida, parece ser, agora, uma coisinha de nada.
Estou ainda para aqui às voltas com o Houaiss, em busca do nome da coisa. E cá está: pode a coisa ser algo que não se quer ou não se pode nomear; aquilo que se pensa; interesse próprio; negócio, ocupação; o que não se sabe, mistério (o Houaiss exemplifica: "era preciso investigar, pois ali havia coisa"). Há casos em que até os dicionários adensam o enredo.
De tanto malbaratar o verbo e a etiqueta, mais valia a tanta gente, erguer o coiso, quero dizer, o dedo e, sem medo, mudar de nome como no poema do Drummond: "Meu nome novo é Coisa/ Eu sou a Coisa, coisamente". Não fosse a estranha sensação de parecer que nos estão a coisar, teríamos aqui, como diria o O'Neill, "uma coisa em forma de assim." Ou coiso e tal.
 
Fernando Alves em Sinais, na TSF

Wally E A Crise

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Crise (2)

A Crise (1)

El Roto


Não Há Coincidências



Há anos que Margarida Rebelo Pinto o afirma.
Pois hoje foi notória a ausência no Jamor de Passos Coelho e/ou Cavaco Silva.
Desculpas esfarrapadas para evitarem submeter-se a vaias da populaça.
Impedimentos de agenda, seguramente - coincidências.

sábado, 19 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre Escritores E Leitores



Note-se que nem toda a leitura tem este efeito libertador, tudo depende dos livros e da atitude do leitor. Há muitos livros que contribuem para aprisionar o leitor na mediocridade e na ignorância.

(Dúvida Metódica)

...Há literatura e livros escritos por pessoas que acham que são escritores. Dentro da literatura é que o gosto pode ser variado, por temas, por escritores. Mas a boa literatura resiste a tudo.

(Aliete Matias)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sobre A Memória



A  rapidez não será inimiga da memória? Quando caminho e tento lembrar-me de uma coisa, de um nome, afrouxo o passo. Se a recordação é muito rebelde, devo mesmo deter-me. É nessa condição que a recordação reaparece, como se o meu corpo não pudesse fazer dois movimentos ao mesmo tempo. Pelo contrário, se quero desembaraçar-me de uma imagem desagradável antes que ela fique gravada definitivamente na minha memória, instintivamente, ponho-me andar depressa: a imagem incendeia-se na acção e evapora-se na velocidade.

 Louis Aubert em A Infância Imóvel

terça-feira, 15 de maio de 2012

Um Escritor

…Por natureza e temperamento, Marsé esquiva-se aos elogios deste tipo e não atribui qualquer importância à consagração literária. O que lhe interessa é a escrita propriamente dita, o labor oficinal de quem burila a frase com o esmero de um ourives…

 …Que importância atribui à consagração? Nenhuma. A responsabilidade diante do leitor é exactamente a mesma. A figura do escritor consagrado não significa nada. Basta recordar alguns génios que nunca ganharam prémios importantes para saber isso.

 (pequeno excerto de uma entrevista de José Mário Silva a Juan Marsé no Expresso)

Agir Em Conformidade

segunda-feira, 14 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O VELHO ABUTRE



O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas

Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 8 de maio de 2012

Respeito!

O Alemão

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Lucien Freud



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Miguel-Manso

domingo, 6 de maio de 2012

Não Se Incomode, Excelência!


Não sei por que se incomoda ainda Cavaco Silva a tentar explicar (sempre em comunicado, jamais com contraditório), a história das suas exemplares relações com o defunto BPN, do seu "ex-ajudante" Oliveira e Costa. Por mais que Sª Exª se incomode a reagir de cada vez que os factos são relembrados, não há nada mais que ele possa esclarecer. Nós já percebemos tudo, Pode crer que percebemos.

Miguel de Sousa Tavares

Os Amigos do Presidente

sexta-feira, 4 de maio de 2012

1º de Maio de 2012


António Jorge Gonçalves e We have The Kaos In The Garden