terça-feira, 18 de setembro de 2007

Os pequenos ditadores


O artigo de ontem de Helena Matos no Publico é pena ter tido por leitmotiv o caso mais mediático dos ultimos quatro meses. Na realidade é mais uma famosa a debruçar-se sobre o tema.

Só que desta vez veio a terreno não politicamente correcto, e muito bem. Ainda bem que o fez.

Felicito-a por deixar a intriga politico-partidária e vir tratar de assuntos que podem contribir para a melhoria qualitativa da nossa "cultura".

Isto a propósito da relação com os nossos filhos e daquilo que é suposto ser o comportamento correcto. Helena Matos refere que, com a educação politicamente correcta destes tempos as crianças "tornam-se nuns tiranetes momentanamente insuportaveis e os pais aflingem-se, não tanto pelo destempero dos filhos, mas por aquilo que os outros possam pensar".

Ao ler esta coluna lembrei-me do livro "O Pequeno Ditador" de Javier Urra publicado há tempos pela Esfera dos Livros onde se afirma que "existem casos de filhos que batem nos pais. Crianças mimadas, sem limites, a quem tudo se consente, que organizam a vida familiar, dão ordens aos pais, chantageiam quem as tenta controlar. Crianças que se tornam jovens agressivos, que enganam, ridicularizam os maiores, que não hesitam em roubar a carteira da mãe. Adolescentes que desenvolvem condutas violentas e marginais. Em suma, filhos que impõem a sua própria lei.

....É preciso educar no respeito e afecto, transmitir valores, falar com as crianças, ouvi-las, ensiná-las a aceitar as frustações, impor limites e exercer a autoridade sem medo".

A chamada responsabilidade paternal não poder ser um chavão a esgrimir como tantos outros em conversas de circunstância.

Não é fácil amar os nossos filhos.

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