Um Bom Ano de 2008 !

Faremos por isso?

Natal, Escrito no Blogue

antónio jorge gonçalves

"UMA BOA CONSCIÊNCIA É UM NATAL CONTÍNUO"

( Benjamim Franklin citado ontem no P2 do Público)

As Prendas de Natal

O Mala Aviada, em dia de Natal, evoca alguns dos blogues que tem frequentado regularmente nos últimos seis meses. As prendas são provérbios populares adaptados ao mundo blogosférico.

Como poderão verificar não há aqui qualquer espécie de discriminação.

"De pequenino é que se torce o "bloguino""

( Portugal dos Pequeninos)

"Não há blogue sem senão"

( Bomba Inteligente )

"Bloguer escondido com o post de fora"

( Lugares comuns - blogue profissional de Luis Paixão Martins)

"Olha para o que eu "posto" não olhes para o que eu faço "

( Tempo das Cerejas)

" A blogue elogiado nem se olha o post"

( Arrastão )

"Link a link enche o blogue o papo"

( Abrupto)

" Casa onde não há pão todos "postam" e ninguém tem razão "

( 31 da Armada)

"Presunção e "posts" bentos cada um toma o que quer"

( Bicho Carpinteiro)

"Quem tem padrinhos não morre sem links "

( Zero de Conduta)

"Blogues de burro não chegam ao céu "

( Portugal contemporâneo)

"Cada um chega o "post" à sua sardinha"

( Causa Nossa)

"Livros e "riscos" - poucos e bons"

( Irmão-Lucia)

"Contra "posts" não há argumentos"

( Blasfémias)

"A "postar" morreu um burro "

( O jumento)

"Mulher que a três "posta" a todos engana"

( Womenageatrois)

"Um blogue não são blogues"

( Os tempos que correm)

"Quando o mal é da nação...nem a poder de "posts" e... sabão"

( Macroscópio)

" Ao cão e ao "blogueiro" deixai-os no sendeiro"

( A causa foi modificada )

"Os homens conhecem-se pelos "blogues" e os bois pelos cornos"

( A origem das espécies )

"Ao "bloguer" e ao letrado não o tenhas enganado"

( Da literatura )

"O "post" não ocupa lugar"

( De Rerum Natura )

"Hoje há "post" amanhã não sabemos"

( Hoje há conquilhas amanhã não sabemos )

É Natal!

António Jorge Gonçalves

A mala está aviada com presentes para alguns blogues da vizinhança...amanhã!

Narciso, do Outro Lado do Espelho

"Um narcisista é um indivíduo que se parece melhor do que tu" GORE VIDAL

( ao Daniel Sampaio autor da crónica "Os narcísicos" na Pública de hoje, obviamente com alvo em S.Bento - só? )

Acerca dos Quatro Últimos "POSTS"

"A estupidez humana não aumentou com o tempo, mas as possibilidades de a exprimir são muito maiores" FRANS G. BENGTSSON

"De todas as caracteristicas da alma a estupidez é aquela que mais contribui para a felicidade humana" JOHAN OXENSTIERNA

"Mais RTP, mais Governo", Demais Público, Demais Eduardo Cintra Torres

O "critico" de televisão Eduardo Cintra Torres continua a sua longa navegação rumo à Administração da RTP. Será longa mas vitoriosa quando os amanhãs cantarem para o PSD.

Alguém no partido terá de tomar nota. Não há critcas grátis!

De qualquer modo, honra lhe seja, acaba por confidenciar que, no tempo de Morais Sarmento, controlar a RTP era mais fácil.

Pelos vistos este governo é absolutamente inepto pois só ao fim de dois anos consegue o que mais rapidamente obteve Sarmento nos tempos de Barroso e Santana e, digo eu, Marques Mendes no tempo da Cavaco.

Este Cintra destila fel e ódio por todos os poros. É que são só momentos-torres.

Lá olho vivo tem ele. Espero que não tenha pé ligeiro...

Querer fazer como Sarkozy

Disse Menezes. Queria!

McMenezes, o homem-hamburguer ( II )

"Quero fazer como Sarkozy"
"Tenho uma vida desgastante e exigente mas não me queixo.Tenho razões para estar feliz"
"Os municipes de Gaia têm comigo uma relação entre o padre e o médico. Isso emociona-me"

Ora, entre padre e médico parece-me que será...feiticeiro.O Feiticeiro de Gaia!

E é para "bujardar" pérolas destas que o PSD paga à agência de comunicação de Cunha Vaz : "Pouco:25 ou 30 mil euros por mês" no dizer do próprio fastpolitico.

Para quê comissões politicas, comissões de estratégia, gabinetes de estudos, se as agências de comunicação já trazem tudo pronto a servir ao pagode por 25 ou 30 mil euros/mês?

McMenezes, o homem-hamburguer ( I )

Menezes deu uma entrevista desastrosa ao Expresso. direi mesmo, ridícula.

E começou a fazer promessas que não poderão ser cumpridas - a dois anos das eleições!

Um prodigio.

Segundo o semanário terá dito "Desmantelo o Estado em seis meses".

Não tenho a miníma duvida. Com as suas capacidades e dos seus acompanhantes até em menos.

O homem é um Pepe Rápido.

McMenezes é o fundador da Fastpolitca!

A Respeitabilidade Reencontrada?

Com as gravatas que, segundo notícias a circular na blogosfera, o senhor Presidente da República terá oferecido a reclusos de cadeia/s portuguesas ?

Que não seja por falta de gravatas, tenho uma mala cheia, ao dispor de Belém.

Ir ver Rodrigo Leão e voltar pela Linha Azul...

...e não me caíram os parentes na lama.

Qual Tarantino, qual Kusturica, qual Pedro Costa, são OS PORTUGUESES, bem reais!

( ao Eduardo Pitta e ao seu Da Literatura)

Corrupção, Mentiras e Porcos

Segundo corre na blogosfera ,em Alcacér, a Direcção Geral de Veterinária sabia há sete anos da existência de uma exploração ilegal de suínos. Nunca a fechou porque nunca foi legalizada. A veterinária municipal também parece ter afinado pelo mesmo diapasão. Terá dito: "Nunca foi mandada fechar porque, oficialmente, não abriu".

Espero ansiosamente pelo desmentido da Câmara e do Ministério.

Caso contrário isto não é um país.

È uma pocilga...ilegal.

É por isso que não fecha!

Vidas....

"A vida dos pobrezinhos é um mistério" Bernardo Teixeira da Cunha ( Personagem de Herman José)

Lugares desconhecidos e outras aventuras

Pública do passado Domingo

Os Dias da Rádio - Os "fóruns" de participação

Hoje muito em voga , parece que com grande sucesso de audiências e de produçõa fácil e barata.

No entanto são um desastre em termos de contributo para esclarecimento dos cidadãos.

Bem sei que não é esse o objectivo dos seus mentores. Isto quanto mais "bujardas" mais audiência e mais publicidade. È um círculo muito pouco virtuoso.

Descontando as abjectas participações por miltância politica usadas e abusadas designadamente por um partido altamente especializado em contra-informação e propaganda, o que resta é a simples ignorância e alarvidade. É o triste nivél do portuguesinho, a iliteracia e a bacorada em todo o seu esplendor.

Cito duas pérolas ouvidas esta semana no RCP :

Remuneração aos médicos de acordo com a produtividade

"Agora é que o interior ainda vai ficar pior. Como há menos pessoas os médicos ganharão menos e tenderão a mudar-se para o litoral"

A "noite" Portuense

"Com as novas leis "eles" soltaram os presos para não gastarem dinheiro com a sua alimentação"

Isto realmente não lembra nem aos "Gatos fedorentos".

Mas é muito triste!

Deixai Funcionar o MERCADO !

Contra o Salário Minimo Nacional, não violentemos quem estiver disposto a trabalhar por menos!
È esta a posição dos "benzocas" da Juventude Centrista, os filhos da CIP!

As Boas Citações ( II )

José Pacheco Pereira, o "meio" é/e a mensagem

"...Eu li o livro de Carolina Salgado com interesse, não pela absoluta veracidade do que lá vem, que cabe às polícias julgar, não pelos motivos dúbios da autora, não pela mão que possa haver de outrem na sua execução, mas sim pelo que ele comporta de descrição perfeita, psicológica, antropológica e sociológica de um "meio" que muitos conhecem mas preferem ignorar, ou por complacência, ou por cumplicidade, ou apenas por medo, puro e simples medo.

...O que eu digo e repito é que há um "meio" muito pouco saudavél no Porto, que se tem vindo a criar nos últimos 20 anos, que goza de razoáveis cumplicidades e complacências, policiais e políticas, no PS e no PSD, onde tudo acontece e parece que nada acontece, e que, quando se diz aquilo que é uma evidência, cai o Carmo ea Trindade.

....Apenas digo que o "meio" é comum e comunicante e que as sementes de violência, as protecções e cumplicidades, os serviços e os "servicinhos" não são estanques. A "noite do Porto" tem o seu dia . E digo mais : para atacar uma coisa tem de se atacar a outra e é preciso livrar o Porto dessa doença que lavra no seu seio. Só não vê quem não quer ver ou quem, vendo, tem medo de ver.

....De poucas coisas gosto mais do que o Porto, a minha terra...E é exactamente por isso que a doença que grassa já há uns anos na minha terra me preocupa e não me cala. Não foi "Lisboa" que a inventou, foram portuenses que a fizeram e que a mantêm com todos os maus argumentos e com a única lógica que conhecem, a do poder e a do dinheiro, com a mesma dimensão do Bada Bing. Tenho a veleidade de considerar que , falando desta doença e destes "meios" sirvo melhor a minha terra, o Porto."

São José Almeida e os polícias de nós mesmos

"....os erros de justiça e os erros da administração em geral em Portugal são mato, tanto que o Presidente da República assumiu estar contra as novas regras da responsabilidade civil do Estado, pela paralisia que pode provocar nos serviços e pelo que vai custar ao Estado. Mas talvez fosse mais útil à democracia cometerem-se menos erros e cuidar-se melhor da forma como se tratam os cidadãos do que poupar em pessoal, que depois age sob pressão ou é negligente por desespero.

Seria bom que o serviço público - incluindo o dever do Estado de assegurar a segurança- fosse olhado com rigor e tendo com regra o interesse do cidadão. Em vez de se cavalgar na defesa do Estado policial e vigiado, em que a liberdade individual deixa de existir, até para ir á loja da esquina comprar fiambre. Já que, em cada esquina, em cada beco, em cada rua estará uma câmara que devassará a nossa vida e nos tornará a todos suspeitos. Queremos mesmo ser todos polícias de nós mesmos?"

( do Público do passado fim de semana )

As Boas Citações ( I )

Vasco Pulido Valente, o Tratado e Portugal, este Mato Remoto e Miserável!

" Para nós, o tratado, a Constituição, ou como lhe quiserem chamar, não muda nada. Não ficamos com menos poder, porque, informalmente, já não tinhamos poder nenhum.

Perdemos dois deputados, que não nos fazem qualquer espécie de falta e, na prática, um comissário, que só faz falta a politicos sem reforma.

De resto, a gentinha dos ministérios não deixará de passear pela "Europa"(60 milhões por ano) a fingir que é "normal" e anda a tratar do bem da pátria. È verdade que não houve referendo.Mas quem queria o referendo, tirando o Bloco e o PC, que vivem noutro mundo e descobriram no tratado perigosas tendências para o liberalismo?

Os portugueses não se interessam pelo assunto. O que se compreende. A "Europa" é útil a Portugal por duas razões. Primeiro porque dá dinheiro: um dinheiro que já foi laragamente espatifado em falcatruas de vária espécie.

Segundo, porque serve de polícia. Sem a "Europa", e com os partidos que nos governam, o défice tinha chegado aos 9 ou 10 por cento e a dívida furado o tecto. Isto só não sucedeu por causa de um senhor espanhol que, de Bruxelas, nos meteu na ordem. E se os militares estão em sossego e

a casa constitucionalmente arrumada é também porque a loucura índigena não pega em Bruxelas.Bruxelas civilizou um pouco este mato remoto e miserável."

Nuno Artur Silva, o Ordenamento do Território e o Audiovisual

"Tal como o país real, o Portugal audiovisual está ocupado selvaticamente por patos-bravos, empreiteiros vigaristas, má construção e especulação..."

Paulo Moura , a Juventude, o Interrail e a Mala

"Entre os jovens interrailers, não havia racismo nem discriminações. Éramos iguais.

Uma comunidade com códigos comuns , de valores, de linguagem, e também de sinais exteriores"

( do Público do passado fim de semana )

ARRASAR o "Expresso"

Confesso que não simpatizo com o ex-ministro Campos e Cunha.

As sua crónicas do Público, pretensamente irónicas, tresandam, quase sempre, a ressentimento e "ego" ofendido. Uma lástima.

Por tudo isso não contava ler a entrevista que concedeu ao Expresso de ontem.

Mas ao titular, na primeira página, "Campos e Cunha arrasa governo"o verbo ARRASAR, agora muito na moda, execrável bordão que os jornalistas usam quando pretendem apimentar textos insossos, medíocres e de conteúdo reduzido, a minha desconfiança aumentou e fui ler o texto.

Então verifiquei que a bota não condizia com a perdigota pois, tudo somado, pode bem dizer-se que o governo sai muito bem na fotografia do professor da Católica.

Quem sai mal é o semanário de Balsemão pois só então me lembrei das duas ou três mentiras de primeira página, caracteristica de longa data do Expresso.

Todos os sábados temos que estar atentos e ir logo a procura delas. È uma espécie de passatempo.

Parafraseando o defunto "diário" comunista, são as mentiras a que temos direito.

Missão Impossível?

Uma sugestão do Inimigo Público.
A esperança é a última a morrer!

Enquanto isso, no Porto...

Cartoon de António Jorge Gonçalves no Inimigo Público.

Pensando melhor, é muito provável que o Sr. Inspector Geral da Administração Interna tenha toda a razão.

Foi politicamente incorrecto o que nos tempos que correm é fatal.

Mas já vai sendo tempo de apontar o dedo aos barões instalados que resistem a toda e qualquer mudança.

Há quantos anos se ouve falar em tirar as policias das esquadras e do trabalho burocrático?

Pelos vistos parece que nada ou muito pouco foi feito.

Os politicos acobardam-se. Alguém tem de dizer que o rei continua a ir nu!

Só foi pena o senhor ter falado em entrevista à coomunicação social.

Deitou (quase) tudo a perder.

Ao Colo

Um post de Joaquim Sá Couto convidado do Portugal Contemporâneo.

Arrojado para o blogue de Arroja?

Afinal o nosso cérebro também é lélé da cuca!

O Rerum Natura explica tudo!

Quem é Lélé da Cuca ?

Fernanda Câncio conta-lhe tudo no Cinco Dias.

Um post muito bem aviado!

Um Tratado de Lisboa

Daqui, desta Lisboa compassiva,

Nápoles por suiços habitada,

onde a tristeza vil e apagada

se disfarça de gente mais activa;

daqui, deste pregão de voz antiga,

deste traquejo feroz de motoreta

ou do outro de gente mais selecta

que roda a quatro a nalga e a barriga;

daqui, deste azulejo incandescente,

da soleira de vida e piaçaba,

da sacada suspensa no poente,

do ramudo tristôlho que se apaga;

daqui, só paciência, amigos meus!

Peguem lá o soneto e vão com Deus...

Alexandre O'Neill De ombro na ombreira ( 1969 )

O Repouso dos Guerreiros ( ? )

Aqui há dias, no Público, Rui Tavares discorreu a propósito de um artigo de Ana Benavente no mesmo jornal.
Referiu que este constituia " o mais frontal ataque a Sócrates vindo de alguém que milita no mesmo partido" sublinhando que este escrito se distancia e destaca do "tipo de oposição intermitente e temperamental que caracteriza os chamados alegristas". Termina afirmando que "uma coisa é ter vontade de mudança; outra é fazer algo para que as coisas mudem. E é por isso que, politicamente, só contam os desabafos que anunciam a vontade de brigar."
Mas, por cá, as oposições internas tentam fazer-nos crer que gostavam de mudar mas têm muito pouca vontade de "meter as mãos na massa".

Como dizem os Gatos "eles falam, falam mas não os vejo a fazer nada!"

P.S. Ainda está por fazer o balanço da gestão de Ana Benavente no Ministério da Educação.

Creio que não será famoso.

Paranoid adolescentes

Na sua última crónica na Pública Daniel Sampaio fala do filme "Paranoid Park" de Gus Von Sant.

Termina a sua interessante prosa dizendo que "O parque é a metáfora dos "paranoid adolescentes" dos nossos dias. Jovens que deambulam pelas cidades e grafitam os espaços, a tentar delimitar territórios para se apropriarem de lugares que jamais serão seus.

Adolescentes sozinhos em casa, na vaga esperança de que alguém adulto pare um instante para os ouvir. Adultos-meninos dependentes dos pais, incapazes de partirem à procura do mundo, sempre à espera de "paitrocínios" para projectos irrealistas, acarinhados por familiares incapazes de dizer não.

Rodeados por adultos dominados pelo trabalho ou pelo desemprego, inebriados pela televisão ou pela Internet, esquecidos de que quem ama os filhos não se pode esquecer de os educar"

È preciso ter lata!

E Pacheco Pereira tem-na em doses industriais.

Se tivesse um minimo de coerência não punha os pés na RTP e afinal está neste momento arengar no Prós e Contras.

Então agora presta-se a entrar no jogo dum orgão de comunicação que é um pau-mandado do governo?

A não ser que venha aí outro livro.

De qualquer modo o grande especialista em contra-informação está, claramente, a perder qualidades!

"Uma Verdade Evidente"

Pelo interesse suscitado copio na íntegra o post do De Rerum Natura :

Do jornal "Destak" de hoje transcrevemos a crónica habitual das sextas feiras do médico psiquiatra José Luís Pio Abreu:Um ex-governante angolano comentava a riqueza do Presidente: “O Presidente é rico? É e tem de ser. Se existir em Angola alguém mais rico do que ele, será outro a mandar”. Uma verdade tão crua como evidente.Claro que é uma verdade adaptada a Angola. Saída de uma longa guerra civil, o aparelho de Estado é fraco para a dimensão do território, a lei não tem instrumentos de aplicação, o espírito crítico é incipiente. As riquezas naturais são promissoras e permitem enriquecimentos fáceis. E, de algum modo, o país tem de ser governado.Aplica-se-nos esta verdade? Francamente, não sei. As regras de Bruxelas vão no sentido da liberalização. O projecto, para os Estados soberanos, é emagrecer e reduzir o controlo sobre as actividades económicas. Os cidadãos elegem os políticos, mas não os empresários. E estes vão-se apoderando de todos os recursos, pelo que a riqueza ou a miséria dos cidadãos depende deles. A morosa justiça nada corrige. O próprio espírito crítico é informado (e torturado) pelos media que, por sua vez, são controlados por grupos económicos. Os políticos eleitos – mas não os empresários – estão permanentemente na sua mira.Em breve vamos ter decisões sobre o novo aeroporto de Lisboa que vão condicionar o futuro do território. Ficaremos então a saber quem manda em Portugal: se o Governo e os cidadãos que o elegeram, se a CIP e os empresários que a suportam.

Acima da Cimeira

Este fim-de-semana o Mala Aviada resolveu realizar uma cimeira alternativa.

Foi uma visita aos "velhos" Cadernos de Poesia da D.Quixote.

Andámos acima da cimeira!

Sophia, Grades

Um Dia

Um dia, mortos, gastos, voltaremos

A viver livres como os animais

E mesmo tão cansados floriremos

Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços

Dos gestos agitados irreais

E há-de voltar aos nossos membros lassos

A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar

Através do mistério que se embala

No verde dos pinhais na voz do mar

E em nós germinará a sua fala.

Gastão Cruz, Teoria da Fala

Dia de outono tempo acústico

entrega-te prostrado ao mesmo canto

amanhã do inverno suprirá

um dia a tua luz com mais esperança

Não me negues o som embora acabe

em ti uma estação

desse som este verso poderei

cumprir ainda como se cantasse

que o céu surdo de luz

sobre a minha garganta pesa e canta

ou como se falasse porque música

não sobra desse canto

António Ramos Rosa, Nos Seus Olhos de Silêncio

noah kalina

Onde o Caminho

Onde o caminho é a mão que se abre,

a mão que vai.

O silêncio que respiro é o caminho que vem.

A mão nova palpa a parede do ar.

Uma parede nova.

Caminho para o solo alto.

Desloco a terra.

O fragor branco do céu.

O dia não estala.

Carlos de Oliveira, Sobre o lado Esquerdo

Edward Hooper

Posto de Gasolina

Poiso a mão vagarosa no capot dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.

Vêm mortos de sede. Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.

Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco. Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

Ruy Belo, Homem de Palavra(s)

Um dia não muito longe

Não muito perto

Às vezes sabes sinto-me farto

por tudo isto ser sempre assim

Um dia não muito longe não muito perto

um dia muito normal um dia quotidiano

um dia não é que eu pareça lá muito hirto

entrarás no quarto e chamarás por mim

e digo-te já que tenho pena de não responder

de não sair do meu ar vagamente absorto

farei um esforço parece mas nada a fazer

hás-de dizer que pareço morto

que disparate dizias tu que houve um surto

não sabes de quê não muito perto

e eu sem nada pra te dizer

um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto

não muito perto desse tal surto

queres tu ver hei-de estar morto?

Parolos, Mentiras e Blogues

Daniel Oliveira e Fernanda Câncio descobriram que na direita também há gente civilizada, culta e dialogante. Estão abismados. Fernanda chega ao ponto de confessar publicamente os seus "preconceitos". Não lhes fica mal dizerem o que verdadeiramente (?) pensam. Só lhes fica bem fazer autocritica. Levanta-se então uma questão de saber como é que estes quarentões, presumo que bem vividos, só agora se aperceberam do facto? Por onde tem andado a razão e o espirito de tolerância?

Será isto um novo salto qualitativo no pensamento politico?

Será o dealbar de um novo bloco central de interesses blogosféricos e bem pensantes?

Qualquer dia, entre jantares e noitadas, relativamente aos mais desfavorecidos, que afirmam defender sempre muito à esquerda, dirão como o actor famoso disse dos portugueses que verificou encherem o avião onde entrou: "Que nojo!"

O Público Errou ( outra vez )

Afinal Chavez não ganhou o referendo.,.

O Público Errou

Ontem o Público enganou-se desastradamente. No sua caminhada para a tabloidização fez chamada de primeira página à revista especial de compras de Natal alertando "Soraia Chaves vestiu-se para o nosso Natal". Vê-se bem que o jornal só conta com aprendizes de feiticeiro.
Qualquer outro concorrente titularia "Soraia Chaves despiu-se para o nosso Natal". Isso sim, faria subir exponencialmente a tiragem!

Tudo sobre o nosso aeroporto

Eduardo Pitta no Da Literatutra. A verdadeira causa das coisas.

O homem não terá a noção do ridículo?

Num jantar que reuniu monárquicos Duarte de Bragança alertou para os "preocupantes ataques" à Igreja (?) e defendeu que o país precisa de um "soberano verdadeiramente independente de todas as forças económicas,politicas e regionais".

Esqueceu-se de dizer quem seria esse soberano e onde iria encontrá-lo com tão exigentes predicados.

Como era inevitavel a conversa da treta atingiu os nossos inefáveis monárquicos.

Qual será, agora, a desculpa habilidosa ?

Segundo o Expresso "on-line" dez dos doze professores de um estabelecimento de ensino, criado em 1990 por protocolo entre o Ministério da Educação e a CGTP, têm vínculo precário.

Sem comentários.