Da Seriedade Politica
Enquando o mundo passa pela maior crise económica desde a grande depressão, Louçã lembra-se de acusar o Governo de ter rasgado a sua principal promessa eleitoral: a criação de 150 mil empregos. Isto é demagogia em estado puro. Infelizmente, tiradas deste calibre fazem parte do foguetório rasteiro a que se convencionou chamar luta política. Ser oposição é uma actividade performativa formal, sem qualquer conteúdo. Não interessa o que se diz, desde que se diga. Louçã, o mesmo que supostamente pensa a crise, é, enquanto deputado e líder do BE, um simples demagogo, que não tem qualquer pudor em recorrer a artifícios retóricos desonestos para atingir os seus fins políticos (leia-se: atacar, com ou sem razão, quem está no poder). Das duas, uma: ou Louçã acha que um ataque se justifica a si próprio ou então toma-nos a todos por parvos. A primeira opção reduz a política a um combate de boxe, onde a razão pouco importa; a segunda é mais grave, porque insulta a inteligência dos portugueses. Em democracia a palavra pode ser uma arma, mas não é um martelo. Ou melhor, não devia.
João Galamba no Jugular
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