quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Tourada


Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano a espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega cuja profissãosão pegas.

Com bandarilhas de esperança afugentamos a fera
estamos na praça da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza graça.
Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifõesde crista.
Entram cavaleiros à garupa do seu heroísmo
entra aquela música maluca do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca mais o snobismo
e cismo...
Entram empresários moralistas entram frustrações
entram antiquários e fadistas e contradições
e entra muito dólar muita gente que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente que acabaram as canções.

Letra de Fernando Tordo

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