terça-feira, 22 de abril de 2008

A Salvadora da Pátria (III)


ELA DISSE QUE SIM
Morais Sarmento, Arnaut, Rio, Aguiar-Branco e Pacheco Pereira, reunidos na casa de Ferreira Leite, "combinaram" que a senhora "avança" - talvez segunda-feira - para o lugar que ainda é de Menezes. Sarmento e Arnaut, apesar da idade, representam primorosamente o ranço "barrosista". Aguiar-Branco (desta vez não me esqueci do hífen) não representa nada. Rio representa-se a ele mesmo quando quiser e Pacheco faz de "animador cultural" da mulher que tem escasso métier "para além do défice". Ferreira Leite é, para já, apenas uma candidata a "passar" a prova das bases. Se a passar, segue-se o país. Aqui, ela é sobretudo recordada como a fundadora da "era dos sacrifícios"- a do "não baixar os impostos" - tão brilhantemente prosseguida por Sócrates e cujos efeitos são mais aplaudidos em Bruxelas do que cá. Para além disso, se é para "mais do mesmo", é natural que o "povo", indiferente e manso, prefira o que está a uma "reprise". Ou seja, Ferreira Leite tem de provar que vale mais do que um orçamento de Estado e que é diversa da tropa presentemente em exercício. Quanto a Santana Lopes, é pouco provável que lhe apeteça continuar a ser chefe da banda parlamentar com Manuela na Lapa. Desde hoje, a tentação para deixar mais um cargo a meio deve ser imensa. Menezes - convém nunca o esquecer - esperava por Manuela. E ela, como na canção, disse que sim.

João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

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