terça-feira, 10 de junho de 2008

Filosofia e Mediatismo


De Sócrates a Nietzsche, a existência humana andou balizada por dois extremos estáticos e inflexíveis, a VIDA e a MORTE.O século XX mudou tudo. Mudou a nossa relação com o sofrimento e com o nosso corpo, as relações com os nossos órgãos e a medicina, as relações entre as ciências e a ética. Hoje, a existência, mais ou menos humana, decorre entre dois extremos elásticos e manejáveis, o ABORTO e a EUTANÁSIA.
Os filósofos, por definição desajeitados, foram saindo da sala.

Este pequeno texto de Manuel S. Fonseca deu origem a uma resposta de Gonçalo Moita.

Ver aqui, está tudo no Geração 60


De qualquer modo M.S.F. está enganado.
Os filósofos não têm por hábito sair da sala.
Continuo pois a preferir a filosofia à direcção de programas duma qualquer estação televisiva.
Por muito mais proventos que aí possa obter.
Não compensa a saída da sala da ética e da seriedade.
As tais que não pagam almoços!


3 comentários:

Manuel S. Fonseca disse...

Acha mesmo, caro Aviador, que o seu argumento ad hominem responde ao pequeníssimo texto que escrevi - e que deve muito à leitura de um romance de Houellebecq - ou entende que o facto de alguém ter desempenhado funções para si "suspeitas" implica a definitiva exclusão social dessa pessoa? Para já, muito me apraz que seja leitor, mesmo que de vez em quando, do Geração de 60.

aviador disse...

Caro M.S.Fonseca
O argumento ad hominen terá sido a resposta "emocional" à sua generalização "abusiva".
Quanto ao facto de ter desempenhado funções "suspeitas" limitei-me a sublinhar o facto.
Na minha opinião durante esse período o Manuel também terá "saído da sala".
Mas repare não o condeno.
Nem tenho nada que o fazer.

Manuel S. Fonseca disse...

Fiquei muito e filosoficamente esclarecido. Por honra da firma, limito-me a acrescentar que a "sala da ética e da seriedade" está aberta a filósofos, comerciantes, padres, marceneiros, empresários, fadistas, mulheres a dias e, note-se, directores de programas. Entra-se e sai-se por razões que não têm a ver com essas qualificações, mas que talvez tenham a ver com a linguagem, sobretudo com o jogo de linguagem que Wittgenstein referiu nestes termos: "Uma linguagem na qual existe um verbo 'amedrontar-se', que significa: afligir-se com pensamentos medonhos."