Estava na Alemanha quando os irlandeses disseram NÃO à Europa. Seria pleonástico insistir nas razões que determinaram esse desfecho. Conduzida pela extrema-direita e outros sectores conservadores da sociedade irlandesa, a campanha do NÃO privilegiou três espantalhos: o fim da neutralidade militar, a imposição do aborto e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Salvo o primeiro (uma possibilidade real), os outros são hipóteses virtuais. Seja como for, a Europa dos 27, ou seja, 490 milhões de pessoas, não pode ficar refém das idiossincrasias de 862 mil eleitores. Bem vistas as coisas, a culpa não é inteiramente dela. As cabecinhas que impuseram a obrigatoriedade da ratificação a 27, deviam ter pensado na eventualidade de percalços. Agora está feito. E seria um contra-senso manter o país como membro. A Irlanda deve ir à sua vidinha. Tão simples como isto.
Eduardo Pitta no Da Literatura
Eduardo Pitta no Da Literatura
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