Joana Amaral Dias deu-se ao trabalho de explicar que, no seu post sobre a actuação do Ministério Público na história do Carnaval de Torres Vedras, não responsabilizou José Sócrates pelo sucedido. Não é verdade – escreve. Foi, pois, um erro de interpretação de quase todos os que a leram. Mas, normalmente, o gato escondido fica com o rabo de fora. Joana Amaral Dias termina assim a sua explicação: «que tal uma palavrinha sobre a PSP em Braga? Afinal, se o MP é autónomo, quem tutela a PSP?». Falhou no Ministério Público, em Torres Vedras, mas aqui, no caso dos livros de Braga, está segura que houve a mão de Sócrates. Afinal, quem tutela a PSP? – Interroga-se, triunfante. Qualquer pessoa medianamente informada, qualquer bracarense lhe responde que, em Braga, quem manda na PSP é o chefe da esquadra, o chefe Cordeiro, que não tem por hábito telefonar ao primeiro-ministro ou ao ministro da tutela a pedir indicações sobre o que deve fazer. Quem não entende a divisão de poderes (dos poderes institucionais e dos pequenos poderes) e, por demagogia e politiquice, procurar assacar ao «governo» – a este ou a qualquer outro, passado ou futuro – a responsabilidade pela actuação dos Tribunais, do Ministério Público e da polícia de Braga ou de Viseu, não entende o que é a democracia.
PS: a propósito de democracia, em 2003 foram presos, em Cuba, 27 jornalistas por delito de opinião. Continuam presos, sem saber a que penas foram condenados, porque nem sequer foram julgados. É disto que falamos quando falamos em democracia e em ditadura.
PS: a propósito de democracia, em 2003 foram presos, em Cuba, 27 jornalistas por delito de opinião. Continuam presos, sem saber a que penas foram condenados, porque nem sequer foram julgados. É disto que falamos quando falamos em democracia e em ditadura.
Tomás Vasques no Hoje Há Conquilhas
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