quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Evangelho Segundo S.Pacheco (Pereira)...


... S.Cintra (Torres) e suas enunciações em prol de projectos jornalisticos tipo-TVI.

"O género evangélico é performativo- para utilizar os termos de Austin : a enunciação cria a verdade. Os relatos testamentários pouco se interessam com a verdade, o verosímil, o verdadeiro. Em contrapartida, eles revelam um poder da linguagem que, ao afirmar, cria aquilo que enuncia...

...Os evangelistas desprezam a História. A sua opção apologética permite-lhes isso. Não é necessário que as histórias tenham ocorrido efectivamente, não há qualquer utilidade na coicindência do real com a formulação e a respectiva narração, basta que o discurso produza o seu efeito: converter o leitor, conquistar a sua aquiescência sobre a figura do personagem e a sua doutrina...

Todos conferem realidade a uma ficção. Acreditando na fábula que contam, assim lhe vão dando consistência. A prova da existência de uma verdade reduz-se muitas vezes à soma dos erros repetidos e um dia convertidos em verdade conveniente...Os evangelistas criam uma verdade,pisando e repisando ficções.


Miche Onfray em Tratado de Ateologia

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