Pessoalmente não a sinto ( a alegada "asfixia democrática"), nem nos círculos onde me movo. Sempre me pude expressar livremente e agradeço que os outros também o façam...
...É cada vez mais complicado de facto ( o exercício do jornalismo, hoje), não propriamente pelo aumento de tentativas de condicionar a boa prática jornalistica, mas pelas novas formas como são feitas. Nós hoje temos uma profissionalização das fontes de informação, ou seja, muita informação que nos chega às mãos passa por agências de comunicação que trabalham com todos os sectores: do empresarial ao cultural, politico, ambiental, enfim, há uma informação que nos chega filtrada, embrulhada num lindo pacote, sem mácula, e com um cartão que diz, ora aqui tens um informação que é importante passar para o público porque é do interesse do público saber que existe. E não é assim, porque as agências ou os gabinetes de comunicação trabalham com profissionais de marketing, antigos jornalistas e outros que sabem exactamente como funciona a lógica das redacções. E tudo isto faz parte do xadrez em que vivemos. Por isso é que é tão importante haver nas redacções profissionais bem preparados, perspicazes, que tenham memória, e isto é de facto muito importante : memória e experiência, para que se perceba desde logo o que é do interesse de grupos particulares e o que é de interesse público. É só isso que está em causa no papel do jornalista e é para isso que o jornalista trabalha, para o público.
Para uma sociedade mais informada e, portanto, com menos margem para ser manipulada.
Clara de Sousa ao "i"
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