quinta-feira, 26 de julho de 2007

Viva o glorioso MPPP


Estou quase a ir de férias e não posso permitir que o artigo mais interessante do Publico de ontem passe despercebido, ofuscado por aquele escrito menor do deputado Alegre.


È verdade que o jornal não lhe deu espaventosas honras de primeira página nem resumos ridículos lá pelo meio mas "A Privatização dos Partidos" é um tiro certeiro e Rui Ramos, o seu autor, com quem, pelo menos por uma vez, estou completamente de acordo, foi direito ao cerne do problema.


Discorrendo sobre a génese dos partidos em Portugal,sobre o seu descrédito e sobre o crescimento da abstenção, RR como não é apologista de revoluções nem acredita na eficácia de apelos à ética e à participação dos cidadãos, propõe que os partidos deixem de ser subsidiados pelo Estado e passem a viver unica e exclusivamente de quotas e recolhas de fundos. Como ele diz "talvez isso os obrigasse a voltar ao terreno, a procurar novos quadros e a competir no mercado das ideias e das propostas. Em suma: experimentem a privatizar os partidos.".


Muito bem . Só falta um pequeno detalhe. Quem fiscaliza a recolha de fundos? E como?Qual o grau de fiabilidade do processo?


Todos sabemos como alguns partidos, desiganadamente aqueles que formam o "arco governamental" são financiados.


Resolvido este último ponto, fundamental para uma democracia, e sem o qual o pluralismo nunca seria garantido, estou disponivél para apoiar e participar num Movimento Pela Privatização dos Partidos ( MPPP ). Movimento esse patrocinado pela quotizações dos seus associados e sem subsidios estatais, nem empresarias, nem de serviços secretos.


Isto considerando que RR não está a brincar conosco e nos quer "levar à certa" com a proposta de privatização, aparentemente interessante, a ver se ficavam só os partidos de direita, de quem se pretende ideólogo, os quais têm muito mais possibilidades de "angariar fundos" junto dos seus ricos segmentos de mercado.

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