sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Bento XVI e os Suecos do Filósofo : Uma Questão de Liberdade


Nos meios homossexuais ingleses, as declarações do Papa BentoXVI da passada segunda-feira causaram protestos.

Discordo igualmente desses protestos e das declarações do Papa.

Era o que faltava uma pessoa, só por usar saias, ou por ser Papa, não poder dizer tolices.

Não é de esperar grande sensatez em adultos que acreditam que depois de uns gestos mágicos um copo de vinho se transforma em sangue. Mas as pessoas devem ter direito às suas tolices.

De modo que os protestos dos homossexuais são indefensáveis porque querem policiar o pensamento dos outros. Era tempo de se assumir que há quem pense que envolver-se em práticas homossexuais é condenar a alma ao inferno, e de se passar a explicar a tolice desta posição, ao mesmo tempo que se reconhece o direito de a ter a quem quiser tê-la, seja um Papa ou um vendedor de hortaliça.

Há quem defenda que a liberdade de expressão não é para toda a gente e que pessoas como o Papa devem ter tento na língua. Mas eu não concordo.

Toda a gente deve ter liberdade de expressão e o Papa em qualquer caso fala apenas para os católicos. Para quem haveria de falar? Se ele me disser que não devo entregar-me às alegrias da pederastia com suecos de dois metros de altura e que calçam o 45, estou-me nas tintas. Ele tem o direito de dizer isso e eu tenho o direito de ir para a cama com eles...

Desidério Murcho no Público

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