terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Gerês e o Jornalismo do Público


Aqui há dias um jornalista do Público escreveu uma página inteira do jornal dedicada ao Parque Nacional Peneda- Gerês facto de salientar já que, em geral, a nossa imprensa não dedica tanto espaço a estes temas.
Registo também o esforço do jornalista que, para chamar a atenção dos ignorantes, foi arranjar um titulo no mais puro estilo 24horas: “Director das áreas protegidas do Norte sai e deixa Gerês em polvorosa”.
Maravilhoso, o director do jornal não faria melhor.
E continua referindo que “Henrique Pereira regressa à universidade num momento em que as populações do parque protestam contra a intenção de aumentar a área de interdição ao pastoreio”.
E porquê? Para poder ser o único parque português a integrar uma rede internacional com os benefícios que daí poderiam advir.
Mais adianta que Henrique Pereira vai regressar à Faculdade de Ciências de Lisboa mas “não vai deixar saudades junto das populações e das autarquias da principal área protegida do país”.
Pois claro, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um bom director de área protegida cair nas boas graças dos autarcas e consequentemente, das populações.
Será sempre de desconfiar quando um destes técnicos se “dê bem” com os autarcas da respectiva área - é sinal de que nada está a fazer.
E é pena que Henrique Pereira saia do PN-PG.
Era fundamental que pessoas como ele estivessem à frente das áreas protegidas - interessado, conhecedor, empreendedor.
Apesar de se ver metido no Ministério do Ambiente, teia administrativa e burocrática, produtora de “reestruturações” que mantém ou pioram a ineficiência reinante.
Como é que um parque, onde escasseiam os técnicos e os guardas, alguns a recibo verde há longos anos, se pode dar ao luxo de comprar viaturas de ataque a incêndios, como queria o jornalista?
Parece-me que a haver reforço de meios de combate a incêndios, esses deveriam ir para os bombeiros locais, até por uma questão de eficiência de recursos.
Mas nem vale a pena alongarmo-nos pois, entretanto, viemos a saber, embora sem confirmação, que o escrevente é familiar chegado de uma funcionária do Parque do Alvão que não terá gostado da apreciação que dela terá feito o director cessante.
É isto o Público, jornalismo de referência!

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que não é familiar chegado,...é MARIDO.